Me pergunto o que leva uma pessoa a ofender a outra por causa da sua raça, cor da pele ou orientação sexual?
Sinceramente não consigo entender.
Fui educado pelos meus pais a fazer juízo de valor pelo caráter da pessoa e não por outros motivos.
Digo isso, sobretudo após as manifestações abomináveis cometidas na Espanha contra o brasileiro Vinicius Junior. Em apenas uma semana, o brasileiro foi alvo de racismo por um agente de futebol , pelo jogador Koke, capitão do Atlético de Madrid, e por parte da torcida do time espanhol.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1948, diz em seu segundo artigo que “... Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição...”.
Só que o preconceito está enraizado como uma praga perversa na sociedade mundial. O racismo não é exceção, é uma regra nefasta em nosso cotidiano. Achamos “normal” esse tipo de violência em nosso dia a dia.
Como muito bem escreveu Marcelo Carvalho, diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, o futebol, com seus muitos ídolos negros, nos deu a falsa sensação de que negros são aceitos. O futebol tolera os negros. Não os aceita de forma completa e genuína.
Infelizmente, muitos Vinicius sofrem com o preconceito e misoginia todos os dias, especialmente no Brasil.
Mas este texto não tem o intuito e a pretensão de discutir a sociedade e suas mazelas (até porque não sou antropólogo e muito menos filosofo), mas tem o objetivo de fazer uma Ode ao ser humano, Vinicius Junior.
Do alto dos seus 22 anos, esse jovem firmou posicionamento convicto e deu voz a tantos outros “Vinicius” que pedem socorro e não são ouvidos.
Em suas palavras, Vinicius Junior afirmou que a felicidade incomoda. A felicidade de um preto brasileiro, vitorioso na Europa, incomoda muito mais. E pode ter certeza, Vini, que incomoda mesmo. Especialmente os fracassados e invejosos, os pobres de espírito e dignos de pena.
Sua arte merece aplausos e sua consciência e posicionamento merecem todo tipo de reverências.
Os brasileiros que amam o futebol em sua essência, com esse jeito só nosso, te aplaudem.
Baile à vontade, Vini Jr !