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Já conhece a Koo? Venha saber mais sobre ela

Plataforma indiana rival do Twitter tem atraído muitos brasileiros, especialmente pela sonoridade do nome

Entrar na Koo é bem fácil: a gente mostra como

Uma crise entre o governo de Narenda Modi e o Twitter em 2020 levou à criação de uma nova rede social na Índia: a Koo. Modi acusava o serviço de se omitir em relação a perfis criados para incentivar manifestações contra o governo local. A Koo então recebeu os insatisfeitos.

Muito parecida com o Twitter, a plataforma indiana ganhou protagonismo quando usuários brasileiros passaram a migrar em massa para o serviço. Em similaridade, ela vai além das funções: seu mascote, por exemplo, é um passarinho amarelo. É possível criar publicações com texto, vídeo ou imagens, seguir pessoas e ver as atualizações mais recentes.

Um dos principais diferenciais da Koo é o limite de caracteres dos posts: é possível usar até 500 caracteres. Além disso, a plataforma tem recursos para criar “threads” e botão para editar publicações que não tenham recebido nenhuma interação.

Com aplicativos para Android e para iOS (bem como a possibilidade de acesso pelo navegador), a empresa se autointitula “segunda maior plataforma de microblog do mundo”. Inicialmente, o objetivo era atuar apenas no mercado indiano. Com o crescimento e a chegada a outros países, a empresa já pensa em traduzir o app para mais idiomas (como o português), além dos 11 já disponíveis (10 deles são locais da Índia).

Aprameya Radhakrishna, fundador e CEO da Koo, diz que vai manter o usuário em primeiro lugar. “E impulsionar a independência digital para usuários na Índia e em todo o mundo.” Não há dados concretos, mas as estimativas apontam que há cerca de 50 milhões de cadastrados na plataforma. A startup já obteve US$ 200 milhões de investidores.

Atualmente, a Koo falha na moderação conteúdo: apoiadores da extrema-direita na Índia migraram para a plataforma quando houve o rompimento com o Twitter. Há alegações de que o algoritmo da rede social amplifica a propaganda estatal e o discurso de ódio — os mais atingidos são os muçulmanos e algumas minorias étnicas.

Radhakrishna disse ao The Washington Post que não interfere em discussões políticas na plataforma para manter a neutralidade, mas que a Koo em buscado tornar a moderação automatizada (atualmente, ela atua sobre denúncias). Não há informações, entretanto, de quais diretrizes o serviço deve seguir para a remoção de conteúdo.

No Brasil, o nome da rede social (que se pronuncia “cu”) tem sido motivo de piadas de cunho sexual. Veja alguns tuítes.

Como criar uma conta na Koo

A criação de perfis na Koo é bastante simples. Confira:

  • acesse o site da Koo ou instale o app;

  • clique em Login;

  • escolha se quer usar um número de telefone, um e-mail do Google ou um e-mail qualquer;

  • toque no ícone com a foto de perfil, à esquerda;

  • escolha Edit;

  • nesse espaço, é possível alterar nome, nome de usuário, profissão, bio, website, celular, e-mail, data de nascimento, gênero e estado civil;

  • para incluir uma foto, toque na miniatura, selecione “+” e selecione uma imagem.

É o fim do Twitter?

Desde que Elon Musk concluiu a aquisição do Twitter, os usuários da plataforma têm visto muitas mudanças: da dispensa de executivos e outros profissionais às mudanças nos selos de autenticidade, passando por declarações confusas. Com isso, os serviços têm enfrentado muitas alterações e há uma preocupação frequente com a moderação de conteúdo.

Isso afastou os anunciantes, a principal fonte de receita da rede social. A GroupM, parte da WPP, que é a maior empresa de publicidade do mundo, considera que a divulgação de anúncios na rede social é uma atividade de “alto risco” — o principal motivo é a dispensa de executivos e especialistas em segurança e moderação de conteúdo.

Todo esse cenário tem levado usuários a deixarem a plataforma. E isso é um dos principais motivos para uma rede social acabar. Na madrugada desta sexta-feira (18), a #RIPTwitter, uma referência à possível morte da plataforma, chegou aos assuntos mais falados do serviço. Ela surgiu após o desligamento de engenheiros depois que Musk impôs mudanças nas condições de trabalho — como o fim do home office — e os profissionais não as aceitaram.

O empresário, então, fechou o escritório do Twitter em São Francisco, na Califórnia (EUA), até segunda-feira (21). Enquanto alguns usuários expressaram pesar com a #RIPTwitter — por considerarem a rede social como importante em suas vidas —, outros fizeram piada com o fim do serviço. Musk foi um deles.

Ainda não é possível dizer que o Twitter está perto do fim, mas as decisões de Musk têm mantido o serviço em crise constante. E isso pode levá-lo a um estado crítico rapidamente. Por outro lado, existe a possibilidade de a gestão do empresário melhorar e a nova equipe conseguir reverter a situação.