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Pescador diz que salvou três na Lagoa Várzea das Flores na Grande BH; S10 dele caiu na água

Homem de 36 anos resgatou vítimas de pedalinho que virou; dois jovens morreram e ele ainda teve prejuízo de R$ 15 mil com a caminhonete

Pescador vai ficar no prejuízo após veícilo cair na água

A tragédia que terminou com dois mortos após um pedalinho virar na água, no último sábado (4), poderia ter sido mais grave se não fosse a ação de um pescador de 36 anos, que resgatou três jovens na Represa Várzea das Flores, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). No entanto, durante o socorro, a caminhonete Chevrolet S10 dele caiu na água. Sem seguro, ele estima prejuízo na casa de R$ 15 mil.

O episódio envolveu o uso imprudente de um pedalinho por um grupo de seis pessoas, com idades entre 20 e 25 anos, e resultou no afogamento de Ana Clara Belo da Silva Marcelino, de 20 anos, e Victor Kauã da Silva Ramos, também de 20.

De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO), o grupo havia saído de uma festa por volta das 7h da manhã após ter consumido grande quantidade de bebida alcoólica e seguiu para a represa. Ao chegarem à orla da lagoa, os amigos encontraram um pedalinho amarrado e decidiram utilizá-lo.

“Eu sempre costumo pescar nesses horários da manhã e no fim da tarde. Nesse sábado me deparei com um grupo às margens da lagoa. Pouco depois, eles chegaram até um deck flutuante onde havia um pedalinho. Pegaram sem autorização e tentaram andar a primeira vez”, contou o pescador Ramon Teixeira à Itatiaia.

Segundo ele, na primeira volta o grupo conseguiu retornar e recolocar o pedalinho no local. “Na segunda vez, embarcaram quatro pessoas no pedalinho, que tinha capacidade para apenas duas. Três foram à frente e uma subiu na parte traseira, quando a embarcação virou. Uma das jovens conseguiu ser resgatada por um colega, mas os outros dois afundaram e não voltaram à superfície”, relatou.

O pescador disse que tentou buscar ajuda. “Peguei a minha caminhonete e fui em alta velocidade procurar alguma embarcação ou alguém com equipamento de resgate, mas não encontrei. Eu tinha uma prancha de natação na traseira da caminhonete e joguei para uma das vítimas socorrer a outra. Mas, como não sei nadar, não pude ajudar mais diretamente. Infelizmente, meu veículo não tinha seguro e os prejuízos passam de R$ 15 mil”, afirmou.

Cobrança por fiscalização

O homem também pediu mais fiscalização no local. “Precisamos de mais presença da Polícia Militar e da Marinha, porque além do risco de afogamento, há perigo de colisão de embarcações com banhistas por imprudência. Por falta de fiscalização, vemos lanchas e jet skis fazendo manobras perigosas perto da margem e de banhistas. Isso pode causar novas fatalidades”, alertou.

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Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Jornalista formada pela PUC Minas, é repórter multimídia da Itatiaia com foco na editoria de Cidades. Estagiou na emissora por dois anos e atuou na Brazilian Traffic Network como repórter de trânsito em emissoras de BH. Vencedora do Prêmio CDL/BH de Jornalismo Universitário 2024 e do Intercom Sudeste 2025.