Em meio a
Os belo-horizontinos reclamam do que seria um aspecto esbranquiçado na torneira, acompanhado de cheiro de mofo e gosto de barro na água.
O morador do bairro Nova Suíça, na Região Oeste de Belo Horizonte, João Henrique, de 47 anos, por exemplo, relata que há mais de uma semana tem percebido um gosto estranho na água.
“Imaginei que fosse meu filtro aqui, mas mesmo trocando o filtro, o gosto e o cheiro forte assim de meio de mofo de terra persistiu. Depois, eu comecei a notar em outros lugares da casa, tipo no chuveiro, na hora que eu vou lavar uma louça na pia”, diz João Henrique, que também relata que a reclamação é comum no prédio onde mora.
O que diz a Copasa
A água da Copasa é distribuída a mais de 5 milhões de clientes da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A companhia nega anomalias relacionadas à potabilidade e afirma que os parâmetros físico-químicos e bacteriológicos estão dentro dos limites estabelecidos pela Portaria GM/MS nº 888/2021.
Segundo dados de monitoramento da água bruta do Rio das Velhas apresentados pela Copasa à Arsae-MG, as concentrações de cianobactérias, entre junho e julho, estavam abaixo de 10.000 células por mililitro. Nesses parâmetros, de acordo com a Arsae-MG, a norma vigente não exige análises adicionais de cianotoxinas nem aumento da frequência de monitoramento.
Além disso, ensaios de gosto e odor realizados em julho, na saída do Sistema de Produção de Água Tratada do Rio das Velhas, não indicaram alterações. A Copasa destacou que a possibilidade de contaminação por agentes externos estão descartadas.
Monitoramento
Segundo a Copasa, o acompanhamento de cianobactérias é relevante pois, mesmo que esses microrganismos estejam em baixas concentrações, substâncias liberadas por eles podem alterar características sensoriais.
Nesse sentido, a companhia informou que realiza inspeções trimestrais para avaliação estrutural, hidráulica e sanitária, incluindo cloro residual, turbidez, pH e coliformes.
Ainda segundo a Copasa, os reservatórios de Belo Horizonte atuam como “caixas de passagem”, com tempo de detenção inferior a 24 horas. A situação reduz o risco de estagnação.
Além disso, segundo a companhia, os relatórios referentes aos reservatórios São Lucas Norte, Menezes, Carangola, Morro dos Pintos, Penha e São Lucas indicaram conformidade com a Portaria vigente (GM/MS nº 888/2021).
Carvão ativado em pó no Sistema Rio das Velhas
Diante das reclamações, a Copasa iniciou a aplicação de carvão ativado em pó na Estação de Tratamento do Sistema Rio das Velhas no dia 14 de agosto. O objetivo da companhia é reduzir compostos associados a gosto e odor. A Arsae-MG informou que acompanha a efetividade dessa ação.
“A Arsae-MG determinou que a Copasa identifique a origem das alterações sensoriais, informe a agência e adote medidas céleres e efetivas para solução da situação atípica, além de apresentar os resultados do monitoramento da água bruta referentes a agosto de 2025, no ponto de captação do Rio das Velhas e nas Estações de Tratamento de Água que abastecem Belo Horizonte”, informou a agência em nota enviada à Itatiaia.