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Com música ‘My Way’ e muita comoção, professora de História morta é sepultada em BH

Adesivos com a foto de Soraya Tatiana Bonfim França foram distribuídos; despedida ocorreu no Cemitério da Paz, no bairro Caiçara, na região Noroeste

Soraya Tatiana Bonfim França foi sepultada nesta terça-feira (22)

Ao som da música “My Way”, de Frank Sinatra, familiares, amigos, colegas de trabalho e alunos se despediram da professora de História Soraya Tatiana Bonfim França, de 56 anos, na manhã desta terça-feira (23), no Cemitério da Paz, no bairro Caiçara, região Noroeste de Belo Horizonte. A canção, uma de suas preferidas, emocionou o sepultamento marcado por pedidos por justiça.

Soraya foi encontrada morta no último domingo (21) com sinais de violência sexual, em uma área de mata no bairro Conjunto Caieiras, em Vespasiano, na Grande BH. Ela estava seminua, com ferimentos nas partes íntimas e queimaduras nas coxas. A investigação é conduzida pelo Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Durante a cerimônia, a professora foi sepultada vestindo a camisa do Colégio Santa Marcelina, bairro São Luiz, na região da Pampulha, onde lecionava História para turmas do 7º e 9º anos do ensino fundamental. Adesivos com sua foto foram distribuídos.

De acordo com familiares, Soraya, nasceu no estado da Bahia, tinha três irmãs. Duas, que vivem em São Paulo, conseguiram chegar a tempo para o sepultamento. A terceira, que mora em Chicago, nos Estados Unidos, não pôde estar presente.

Durante a cerimônia, a professora foi sepultada vestindo a camisa do Colégio Santa Marcelina, onde lecionava História para turmas do 7º e 9º anos do ensino fundamental

O pai da professora, Nilton França, disse que ficou impactado com tantas homenagens. “Fiquei profundamente impactado com tanto amor que vi nas mensagens. Isso tudo foi fruto do trabalho da minha filha. Eu sabia que ela era uma pessoa boa, especial, mas não tinha noção do alcance do que ela fez ao longo dos anos, cuidando de gerações e formando tantas pessoas boas. Ela plantou sementes, e essas sementes estão aí. Ela cumpriu sua missão”, disse.

Ele reforçou sua fé diante da dor: “O mal não vai fazer com que a gente desacredite na vontade do Pai, no amor do Pai. E não falo de mim, que sou um humilde servidor, mas do Criador. Ela é apenas uma missionária. Agora começa a segunda parte da missão dela, e eu sei que ela vai cumprir tão bem quanto cumpriu a primeira.”

O pai de Soraya também relatou que a família ainda não tem atualizações sobre a investigação. “Não fomos informados de absolutamente nada. Eu acredito na justiça dos homens, e acredito que ela será feita conforme a vontade do Pai”, concluiu.

Investigação em curso

Soraya foi vista pela última vez na noite de quinta-feira (18). O filho tentou contato com ela ao longo da sexta-feira, mas não obteve resposta. Após retornar de viagem à Serra do Cipó (região Central), registrou um boletim de ocorrência por desaparecimento. O corpo da professora foi encontrado na manhã de domingo em uma mata em Vespasiano.

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O carro da vítima, que permanecia na garagem, foi recolhido para perícia. Familiares disseram à reportagem que ouviram de investigadores a suspeita de que mais de uma pessoa possa estar envolvida no crime.

A Polícia Civil ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Jornalista formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Na Itatiaia desde 2008, é “cria” da rádio, onde começou como estagiário. É especialista na cobertura de jornalismo policial e também assuntos factuais. Também participou de coberturas especiais em BH, Minas Gerais e outros estados. Além de repórter, é também apresentador do programa Itatiaia Patrulha na ausência do titular e amigo, Renato Rios Neto.