Daniel de Almeida Pacheco, de 23 anos, conhecido como ‘Cabelinho’, foi espancado até a morte, na madrugada desta segunda-feira (13), e teve seu corpo abandonado no local conhecido como Canão, ponto importante do Aglomerado da Serra, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O autor do crime seria o traficante Miguel José Souza Neto, vulgo “Zé Colmeia”, de 49 anos. Segundo a Polícia Militar (PM), a vítima teria sido acusada de ser um informante, ou X9, e que isso teria motivado o assassinato brutal.
Conforme o boletim de ocorrência, quando a polícia chegou ao local, após acionamento por telefone, encontrou Cabelinho já morto, com uma pedra em cima do peito e muitas lesões no rosto e pescoço, além de escoriações causadas quando ele foi arrastado de trás de um trailer na Rua América, quase esquina com Mem de Sá, onde o assassinato teria ocorrido, até o local de abandono do corpo. Teriam sido cerca de dez minutos de um ponto a outro.
Os ferimentos no corpo da vítima indicavam que ela foi agredida com pedradas, pauladas, objeto cortante, além de socos e chutes.
Zé Colmeia acusou Cabelinho de ‘ser X-9’
Testemunhas do crime, que imploraram à polícia para não serem identificadas —- segundo a PM, a Organização Criminosa que explora o tráfico naquela localidade é conhecida pela prática de tortura e homicídios contra pessoas que acham que colaboram com a polícia —, trouxeram informações sobre a dinâmica do crime.
Conforme relatos, Zé Colmeia estaria muito embriagado quando começou a acusar Cabelinho de ser informante e X-9. Após a discussão, o autor passou a agredir a vítima com socos e chutes, até ela cair ao chão. Neste momento, o homem pegou uma pedra e passou a bater na cabeça da vítima com o objeto.
Ele ainda deu chutes em Cabelinho até a morte deste. Depois, arrastou o corpo e deixou o local.
Autor é membro de facção e ‘empregava’ vítima
Segundo o boletim de ocorrência, Zé Colmeia é integrante da organização criminosa que se autointitula como Cokeiro (CK). Ele seria o responsável pela venda de drogas em ‘bocas de fumo’ da região. Além disso, trata-se de pessoa de confiança dos líderes da Organização Terrorista do Cafezal (OTC) e autor de homicídios.
Cabelinho, por sua vez, vendia os entorpecentes para Zé Colmeia, em troca de pedras de crack.
Zé Colmeia estava em prisão domiciliar desde 28 de agosto. De posse das informações, a polícia foi até a casa do suspeito, onde foi recebida pelo filho do homem.
Ele confirmou que seu pai foi o autor do crime, contando que, mais cedo, havia encontrado seu pai bêbado nas proximidades do local do crime e que, posteriormente, o homem foi até a casa, afirmou que havia matado uma pessoa, pegou algumas roupas e saiu sem destino.
O filho relatou, ainda, que Zé Colmeia disse que não tinha autorização de membros de sua quadrilha para matar alguém.
A Polícia Militar segue buscando por Zé Colmeia, que está foragido.