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Após 19ª morte em presídio da Grande BH, OAB-MG critica superlotação: ‘Lamentável’

O Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, vive uma momento de “roleta russa” e presidente de assuntos carcerários da OAB-MG cobra investigação

Presídio Inspetor Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves

Com superlotação e “Ciranda da Morte”, o Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, registrou a 19ª morte apenas em 2025, sendo 16 delas decorrentes de atos brutais. O presidente da Comissão de Assuntos Carcerários da OAB-MG, André Luiz Lima, cobrou uma investigação e chamou situação de “Lamentável”.

O diretor do Sindicato dos Policiais Penais, Magno Soares, em entrevista à Itatiaia nesta terça-feira (29), alertou sobre a “Ciranda da Morte”, prática violenta entre detentos em unidades superlotadas e o aumento expressivo da violência na unidade, com espancamentos e perfurações com facas artesanais.

Nesta segunda-feira (28), Cláudio Alves Carneiro, de 44 anos, foi espancado com socos e chutes dentro da cela 1 da ala 2 do presídio. Ele morreu durante o atendimento na enfermaria da unidade prisional.

André Luiz Lima, presidente da Comissão de Assuntos Carcerários da OAB-MG, disse, também à Itatiaia, que a Comissão de Assuntos Penitenciários tem acompanhado a situação.

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“A gente tem impugnado que seja feito, assim como foi realizado na Jazon em São Joaquim de Bicas, uma força tarefa com a Polícia Civil para que possa se debruçar sobre esses casos, até mesmo para poder se evitar especulações desnecessárias”, explicou.

Segundo Lima, a unidade é complexa, pois enfrenta também uma série de situações, como déficit na sua equipe técnica e uma alta demanda de atendimento, por ter “públicos específicos”, como idosos e LGBT+.

"É preciso que se tenha uma posição técnica científica. Nós temos uma unidade, sim, que passa pelo fenômeno da superlotação, e que desestrutura qualquer tipo de atuação e de programa de atendimento”, acrescentou.

“Nós temos a uma insuficiência de equipe técnica para o atendimento desses privados de liberdade, uma relação extremamente delicada e conflituosa diante do sistema prisional mineiro”, concluiu.

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Mestrando em Comunicação Social na UFMG, é graduado em Jornalismo pela mesma Universidade. Na Itatiaia, é repórter de Cidades, Brasil e Mundo