O julgamento de Larissa Estefane Nascimento da Silva, mãe de um bebê de um ano morto pelo padrasto em Belo Horizonte, em 2021, começou na manhã desta segunda-feira (24), desde 9h30, na capital mineira.
A ré responde por homicídio qualificado, já que, segundo a denúncia do Ministério Público, ela sabia que o filho era constantemente agredido pelo ex-companheiro. Larissa foi levada a júri popular e terá a sentença proferida pelo 1º Tribunal do Júri de BH, composto por 4 mulheres e 3 homens.
Bebê foi espancado até a morte em 2021
Segundo a denúncia, no dia 23 de fevereiro de 2021, Dalmo Henrique espancou violentamente o filho da ré, Pietro Emanuel Viana da Silva, de um ano. O bebê foi gravemente ferido e não resistiu. O crime aconteceu na casa em que a família vivia, no bairro Fazendinha, na região Centro-Sul de BH.
As investigações revelaram que Larissa sabia que Dalmo constantemente agredia a criança. A mãe do bebê também costumava estar presente nos momentos que em que o filho surgia ferido ou era ouvido aos gritos e chorando compulsivamente pelos vizinhos.
No dia da morte de Pietro, a ré deixou o bebê sozinho com o padrasto. De acordo com a denúncia, “omitindo-se, portanto, no seu dever de agir para evitar o resultado, no mínimo, previsível”. Ou seja, a omissão da mãe fez com que o padrasto continuasse a agredir Pietro, levando-o até a morte.
Ré alega que era ameaçada pelo ex
No julgamento, Larissa disse que era constantemente ameaçada pelo ex-companheiro e que tinha medo dele. Ela alegou que não estava em casa no dia da morte do filho e que havia sofrido um acidente. Por isso, estava no pronto-socorro quando o menor foi espancado pelo padrasto.
Larissa afirma que chegou tarde em casa e encontrou o bebê já dormindo no berço. Apenas na manhã do dia seguinte é que ela viu que Pietro estava com a boca roxa e hematomas, decidindo levar o menino para o hospital.
Pietro foi encaminhado a UPA Leste, onde os médicos constataram politraumatismo, com hemorragia cerebral e nos órgãos internos, além de diversas escoriações por todo o corpo e fratura no fêmur.
Mulher mentiu sobre machucados do filho
No momento em que Larissa chegou ao hospital com o bebê, ela contou para os médicos que o menino tinha caído do berço. No entanto, as graves lesões eram incompatíveis com a história contada por ela.
Durante o interrogatório desta segunda, a ré disse que não sabia o motivo dos machucados do filho, nem soube explicar porque não levou a criança ao hospital mais cedo.
Na unidade de saúde, os médicos também constataram fraturas antigas, comprovando que Pietro era frequente e violentamente agredido. Larissa e o ex-companheiro Dalmo foram denunciados por homicídio, com os agravantes de meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e crime contra menor de 14 anos.