O comércio de Belo Horizonte enfrenta um desafio crescente: a escassez de troco. Com o aumento do uso de cartões e PIX, os pagamentos em dinheiro físico têm diminuído significativamente, causando dificuldades para os comerciantes na hora de fornecer troco aos clientes.
De acordo com a Associação Mineira de Supermercados (AMES), menos de 20% dos pagamentos no setor são realizados com dinheiro em espécie. Essa tendência tem impactado diretamente o dia a dia dos estabelecimentos comerciais da capital mineira.
José Geraldo Soares, comerciante da Avenida Barão de Melo, relata: ‘Tá ficando difícil o troco. O pessoal tem pagado muito com PIX, cartão, então o dinheiro tá ficando cada vez mais escasso’.
A situação não é diferente nos supermercados. Gracilda Imaculada Ribeiro, caixa de 57 anos, confirma a dificuldade: ‘A gente tem que ter uma nota maior para ter troco, sem a gente ter. Geralmente é PIX, cartão, débito ou crédito. O troco tá muito difícil’.
Impacto nos supermercados
Antônio Claré, presidente executivo da AMES, explica: ‘Cada vez mais a gente tem percebido que o consumidor usa meios alternativos de pagamento, meios eletrônicos em detrimento da moeda. Nos últimos levantamentos, menos de 20% do que se negocia em supermercados é pago em dinheiro, e a tendência é que isso reduza cada vez mais’.
Claré acrescenta que a preferência por PIX e cartão de crédito se deve à segurança e comodidade oferecidas por esses meios de pagamento. No entanto, ele faz um apelo aos consumidores que ainda preferem pagar em dinheiro: ‘Se ele quiser passar essa moeda pro varejo, é muito importante, porque isso ajuda no retorno de troco, que é uma dificuldade que muitos enfrentam’.
A situação em Belo Horizonte reflete uma tendência nacional de digitalização dos meios de pagamento, impulsionada pela praticidade e segurança oferecidas pelas novas tecnologias. Enquanto isso, comerciantes e consumidores buscam alternativas para lidar com a escassez de troco, adaptando-se a essa nova realidade do comércio local.