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Refúgio para pedestres e paixão dos funcionários, Parque Municipal de BH já viu até parto

Inaugurado em 1897, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti é o patrimônio ambiental mais antigo de BH, e foi criado antes mesmo da capital

"É a minha paixão. Isso aqui é meu tudo”. Foi assim que o servidor Geraldo Tiago descreveu o Parque Municipal Américo Renné Gianetti, local onde trabalha já há 36 anos. Situado na Avenida Afonso Pena, nº 1.377, no hipercentro de Belo Horizonte, o Parque é mais velho que a capital mineira, e funciona como um ‘refúgio’ bem no coração de BH.

Ele é o patrimônio cultural mais longevo da capital e, antigamente, era uma chácara onde moravam o arquiteto e paisagista Paul Villon e o engenheiro Aarão Reis. O primeiro fez o projeto do parque, enquanto o segundo projetou a capital mineira. Por ser mais antigo que BH, ele testemunhou todas as mudanças da Avenida Afonso Pena e também sofreu muitas alterações, como conta a bióloga Andreia de Oliveira.

“O parque, quando ele foi inaugurado, era bem maior, depois ele perdeu uns espaços e hoje em dia não perde mais porque é tombado”, explicou.

Quando foi inaugurado, o Parque Municipal tinha uma área total de 600 mil metros quadrados. Com o tempo, ele foi diminuindo e, atualmente, tem 182 mil metros quadrados, e é cercado pela Alameda Ezequiel Dias, Avenida Assis Chateaubriand, Rua da Bahia, Avenida dos Andradas e Avenida Afonso Pena.

Toda a história do Parque Municipal é relatada na série ‘BH: como eu te vejo’, especial da Itatiaia sobre os 127 anos da capital mineira. O quinto episódio da série conta as histórias daqueles que têm o parque como um ‘ganha-pão’, além de retratar a visão dos visitantes sobre o local.

Andreia de Oliveira trabalha no parque já há 24 anos, e foi a primeira bióloga do local, após realizar um concurso nos anos 2000. Agora, ela vê o local como sua segunda casa e, a Avenida Afonso Pena, como seu principal meio de chegada até ali.

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“Ele [o Parque] é a minha segunda casa. A gente passa a maior parte do dia aqui, e se você for pensar bem, eu passo mais tempo aqui no parque do que na minha casa [...] Eu sempre andei muito na Afonso Pena, eu pegava o ônibus, descia na Afonso Pena, então assim, todo mundo que passa pelo centro acaba passando por ela”, disse.

Já para o seu Geraldo, que está há quase 40 anos como servidor do Parque, o local também representa uma casa, e os colegas são como família. “O Parque para mim é muito importante na minha vida. Os meus colegas de trabalho são minha família, minha segunda família. A gente divide nossos problemas, nossas alegrias, tristezas, a gente sempre está um compartilhando com o outro”, contou.

Espaço democrático

Muita gente já passou pelo Parque, seja para praticar um exercício físico, para passear ou para ‘espairecer’ a cabeça. Andreia conta que o parque é “muito democrático”, tem um público fiel e diferenciado. E nessas idas e vindas de pessoas pelo parque, ela já viu até mesmo um parto.

“Já teve uma pessoa que estava vindo para a área hospitalar, entrou em trabalho de parto, e o bebê nasceu dentro do Parque, com auxílio da Guarda Municipal, de funcionários e tudo. É um filho legítimo do Parque. Nasceu bem e com saúde, muito bacana”, relatou.

Entre os visitantes, esteve também no parque a Desirée, que fez questão de levar a filha e o marido para conhecer o local. A mulher, de 31 anos, é natural de Divinópolis, na região Centro-Oeste de Minas, mas mora nos Estados Unidos há quatro anos e meio. Durante a visita a BH, fez questão de passar no parque para revê-lo e apresentá-lo à família.

“Eu vim aqui há muitos anos, em um passeio até o Zoológico, foi muito rápido, mas eu lembro que ficou na minha memória que tinha muito verde, muita natureza, e eu falei: ‘eu preciso mostrar isso para ele, esse lado do Brasil’, porque eu acho que é o que marca, né? A natureza, a arte [...] Eu achei lindo, é perfeito”, finalizou.


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Jornalista formada pela PUC Minas. Mineira, apaixonada por esportes, música e entretenimento. Antes da Itatiaia, passou pelo portal R7, da Record.
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