O caso da mulher de 32 anos que luta contra câncer terminal nos seios e em uma axila comove até os policiais militares que atenderam a ocorrência. A dura realidade de Estefani Renata, mãe de cinco filhos, foi revelada nesse domingo (20), após a Polícia Militar (PM) ser acionada para uma denúncia de
“Nós recebemos um disque-denúncia unificado, para verificar uma situação de maus tratos envolvendo duas crianças, de 5 e 7 anos. Entretanto, ao chegar no local, deparamos com uma situação totalmente deplorável. Uma residência sem condições de habitação humana, lixo acumulado, dejetos de alimentos por todos os lados, moscas, mosquitos, varejeiras e uma pessoa com situação de doença terminal, fazendo tratamento há um ano e meio e sem auxílio dos pais dos filhos, sem assistência do poder público”, descreveu o militar, que pediu autorização da vítima para ajudar e divulgar o caso à imprensa.
“Fizemos o nosso trabalho de Polícia Militar, representando o estado de Minas Gerais, mas também de assistência, com alguns órgãos competentes, com vocês da imprensa, para dar visibilidade, porque, ao que consta para nós e diante do que deparamos, são pessoas sem qualquer grau de instrução, sem informações, em que pese nós estarmos em pleno 2024”, disse o militar, que completou:
“É uma família que depende totalmente de ajuda daqueles que puderem ajudar, pessoas da sociedade, do poder público, nós enquanto pessoas e seres humanos”.
História triste
Estefani conta que tem depressão, faz uso de medicamento e trata o câncer no posto de saúde. À TV Alterosa, ela revelou uma vida sofrida desde criança, com agressões físicas, psicológicas e sexuais. “Fome, vendo meus filhos chorando querendo comida, minha casa sempre desarrumada, eu não tendo condição. Doí demais. Queria uma vida melhora para os meus filhos”, disse a mulher, que não recebe nenhum auxílio do governo.
Mesmo doente, Estefani relatou à Itatiaia que a prioridade é cuidar dos filhos. ‘Eu não tenho condição financeira, não tenho condição para arrumar a casa, porque eu sinto muita dor. Com o pouco de dinheiro que meu marido ganha, eu compro comida para os meus filhos’.
Como ajudar?
Como a família de Estefani não possui telefone celular, os militares da Companhia 150º se colocaram à disposição para receber doações em seu nome. A companhia fica localizada na Praça Eurico Gaspar Dutra, no bairro Boa Esperança, em Santa Luzia.
A Itatiaia entrou em contato com a Prefeitura de Santa Luzia nesta quarta-feira (20). O prefeito Pastor Sérgio informou que a moradora é atendida pelo sistema de saúde e está em processo de regularização para ter acesso aos benefícios sociais. Ele também disse que deslocou uma equipe para acompanhar o caso e agilizar o processo.
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas Gerais também foi procurada, mas ainda não se posicionou.