Um investigador aposentado da Polícia Civil alega ter sido vítima de abordagem truculenta pela Polícia Militar. O caso aconteceu na última sexta-feira (11), no bairro Alípio de Melo, região noroeste de BH. Luiz Henrique da Silva Prates, de 62 anos, foi baleado com um tiro e atingido por um disparo com arma de choque. Ele quebrou o fêmur.
A Itatiaia teve acesso a um vídeo gravado por testemunhas que mostra a ação. As imagens mostram quando dois policiais militares, um homem e uma mulher, abordam o investigador aposentado, que estava armado. Os três discutem e Luiz Henrique tem a arma retirada pelos militares. Ele se debate e é atingido por um disparo de arma de choque. Ele entra em luta corporal com o policial e é baleado pela militar. Em seguida, cai no chão, é algemado e levado em uma viatura para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santa Terezinha. Depois, foi transferido para o Hospital Odilon Behrens.
Segundo a Polícia Militar, o investigador estava agressivo e não obedeceu à ordem de entregar a arma.
O investigador, a esposa e um amigo foram comprar bebidas em uma distribuidora. Luiz Henrique entrou enquanto os dois aguardavam à distância. Ao sair, viu seu veículo em movimento, pensou que se tratava de um assalto e sacou a arma. Testemunhas se assustaram e acionaram a PM falando que havia um homem armado no meio da rua.
No entanto, a esposa do investigador afirmou, conforme o BO, que houve um mal-entendido e que ela usou a chave reserva para manobrar e buscar o marido na porta. Nesse momento, a confusão teria começado.
A Polícia Militar informou que a pistola de Luiz Henrique estava raspada e que foram encontrados dois saquinhos de cocaína no cofre da viatura após a saída do policial civil aposentado.
Sindpol defende policial aposentado
Wemerson Oliveira, presidente do Sindpol e da Federação representativa dos Trabalhadores Policiais Civis (Feipol) Sudeste, gravou um vídeo em que afirma que a abordagem da PM foi “perigosa” e alega “falta de preparo” dos militares envolvidos na ocorrência. À Itatiaia, ele afirma que foi aluno de Luiz Henrique na Academia da Polícia Civil e que o aposentado não oferecia risco, apesar de estar armado, pois estava com a família. Oliveira reforça que é preciso evitar a “cisão das instituições” e reforça que “nosso trabalho é combater os criminosos”.
Resposta das PC e da PM
Em nota enviada à Itatiaia, as Polícias Militar e Civil afirmam apenas que “estão adotando todos os procedimentos cabíveis em relação à ocorrência registrada”.