O cirurgião plástico Joshemar Fernandes Heringer, acusado de matar a cabelereira Edisa Soloni, de 20 anos, após realizar três procedimentos cirúrgicos em um único dia em uma clínica de Belo Horizonte, em setembro de 2020, p
Em audiências anteriores, a Justiça ouviu 12 testemunhas. Nesta terça, a Justiça ouviu a 13ª testemunha, a última do caso, e interrogou o médico. Heringer respondeu somente as perguntas da juíza e de sua defesa e permaneceu calado durante as perguntas da promotoria e da assistência de acusação.
O cirurgião negou que tenha sido negligente e disse que prestou toda a assistência no pós cirúrgico de Edisa. Heringer alegou que quando a jovem teve uma falta de ar, ele retornou para o quarto e a atendeu. Ele afirmou que a cabelereira foi medicada e, por decisão dele, removida para emergência de um hospital particular, que ficou a cargo dos cuidados com a paciente.
O réu alegou que quando Edisa chegou na emergência do hospital, ela um quadro estável, com a saturação acima de 92, tendo sido colocada em observação. De acordo com o médico, a jovem teve o pulmão perfurado durante um procedimento no hospital.
Com o fim das oitivas das testemunhas e do réu, será determinado um prazo para as alegações finais da defesa e da acusação. Em seguida, o juiz irá decidir se o caso será levado a júri popular ou não. Se o juiz decidir levar o réu a júri popular e não houver recurso, será marcada a data do julgamento.
Relembre o caso
A cabelereira Edisa Soloni morreu horas depois de se submeter a três cirurgias plásticas na Clínica Belíssima, localizada na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte. O caso aconteceu no dia 11 de setembro de 2020.
Ainda na clínica, a paciente reclamou de dores e desmaiou. Ela foi levada ao Hospital Felício Rocho, mas morreu logo após chegar no pronto-socorro. A clínica negou negligência, disse que prestou socorro e que a causa da morte foi embolia pulmonar.
Segundo a família da jovem, Edisa queria apenas fazer uma redução de gordura e pele do abdômen, mas foi convencida pelo médico a fazer as outras duas cirurgias - inserção nos glúteos e lipoaspiração na papada - no mesmo dia. A vítima pagou R$ 11 mil pelos procedimentos.
O laudo do Instituto Médico Legal apontou que Edisa morreu devido à uma embolia pulmonar. O relatório, no entanto, apontou que as condutas médicas adotadas durante os procedimentos aumentaram o risco da embolia na jovem. Em maio de 2021, a Polícia Civil indiciou o médico Joshemar Fernandes Heringer por homicídio.
A reportagem tentou falar com a defesa do acusado e aguarda retorno. O espaço segue aberto.