O médico cirurgião plástico, Joshemar Fernandes Heringer, acusado de matar a paciente Edisa Soloni, de 20 anos, após três procedimentos cirúrgicos em um único dia, compareceu nesta terça-feira ao Fórum Lafayette, no Barro Preto, em Belo Horizonte, para audiência de instrução e julgamento. A morte da jovem aconteceu há 4 anos, após três cirurgias plásticas na Clínica Belíssima, que fica na região centro sul da capital.
Leia mais:
A mãe da vítima, Arlete de Jesus Mota, viu quando o médico chegou ao Fórum, momentos antes da audiência, e não conseguiu conter as lágrimas e a raiva pela morte da filha. "É muita raiva que eu tenho dele, muito ódio que. Eu quero só justiça e quero que acabe com isso logo. Estou vivendo à base de remédio, esse mês todo tive crise, é psicólogo, é psiquiatra, é um monte de remédio que estou tomando e ele tranquilo. Ele passa perto da gente tranquilo como se nada tivesse acontecido”, contou à Itatiaia.
Desde o início do processo, 13 testemunhas já foram ouvidas, contando com a desta terça-feira (17). No início da tarde, a assessoria do Fórum confirmou que o acusado estava sendo interrogado.
O processo tramita na Vara Criminal e não no Tribunal do Júri, porque há o entendimento do Ministério Público que o caso é apurado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Nos Tribunais do Júri são julgados crimes dolosos, quando há intenção. Houve, inclusive, por parte da defesa da vítima, um pedido para que o processo fosse levado a Júri popular.
“Nós acreditamos que deveria ser, sim, atribuição incompetência do Tribunal do Júri devido ao médico ter a imperícia no caso em concreto, ele deixou de praticar várias normas dadas pelo conselho de medicina que agravou, sim, a situação e ocasionou a morte de Edisa”, pontuou a defesa.
O caso
Aos 20 anos, a jovem Edisa Soloni morreu horas após fazer o procedimento cirúrgico na clínica Belíssima. Ela chegou a reclamar de dores e desmaiou, quando foi levada ao hospital, mas morreu logo após chegar ao pronto-socorro. Na época, a clínica negou negligência e alegou que prestou todo atendimento necessário.
A jovem pagou em torno de R$ 11 mil para fazer uma redução no abdômen, mas teria sido convencida pelo médico a fazer outras duas cirurgias.