Ouvindo...

Cirurgião plástico acusado de matar paciente em BH passa por nova audiência de instrução

O médico Joshemar Fernandes Heringer é acusado pelo homicídio culposo da cabelereira Edisa Soloni, de 20 anos, em 2020; mulher morreu após se submeter a três cirurgias plásticas no mesmo dia

Acontece nesta terça-feira (17) uma nova audiência de instrução do caso que envolve a morte de Edisa Soloni, de 20 anos, que morreu após realizar três cirurgias em uma clínica de Belo Horizonte, em setembro de 2020. O cirurgião plástico da paciente, Joshemar Fernandes Heringer, está sendo julgado por homicídio culposo, sem intenção de matar.

Em audiências anteriores, a Justiça ouviu 12 testemunhas. Nesta terça, será ouvida mais uma testemunha e o réu poderá ser interrogado. A audiência de instrução acontece a partir das 13h30 na 9ª Vara Criminal de BH, no bairro Barro Preto. Segundo a assessoria do Fórum Lafayette, a defesa do médico solicitou o adiamento da sessão, mas o pedido ainda não foi analisado pela Justiça.

Leia também

Relembre o crime

A cabelereira Edisa Soloni morreu horas depois de se submeter a três cirurgias plásticas na Clínica Belíssima, localizada na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte. O caso aconteceu no dia 11 de setembro de 2020.

Ainda na clínica, a paciente reclamou de dores e desmaiou. Ela foi levada ao Hospital Felício Rocho, mas morreu logo após chegar no pronto-socorro. A clínica negou negligência, disse que prestou socorro e que a causa da morte foi embolia pulmonar.

Segundo a família da jovem, Edisa queria apenas fazer uma redução de gordura e pele do abdômen, mas foi convencida pelo médico a fazer as outras duas cirurgias - inserção nos glúteos e lipoaspiração na papada - no mesmo dia. A vítima pagou R$ 11 mil pelos procedimentos.

O laudo do Instituto Médico Legal apontou que Edisa morreu devido à uma embolia pulmonar. O relatório, no entanto, apontou que as condutas médicas adotadas durante os procedimentos aumentaram o risco da embolia na jovem.

“A lipoenxertia dos glúteos não deve ser feita nos planos musculares (procedimento condenado pelas mais importantes sociedades de cirurgia plástica). A enxertia intramuscular em planos profundos aumenta em 403% o risco de uma embolia gordurosa. A mesma deve ser realizada apenas no tecido subcutâneo. No caso presente, de acordo com os achados na necropsia o indiciado utilizou como técnica cirúrgica a injeção de gordura no interior do músculo glúteo”, diz trecho do documento.

Em maio de 2021, a Polícia Civil indiciou o médico Joshemar Fernandes Heringer por homicídio. A reportagem tentou falar com a defesa do acusado e aguarda retorno. O espaço segue aberto.


Participe dos canais da Itatiaia:

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
Leia mais