A paisagem enfumaçada ofusca vários pontos de Belo Horizonte e da Grande BH há cerca de uma semana. Queimadas, inversão térmica, poluição e muito calor. Os moradores de Belo Horizonte e de boa parte de Minas Gerais convivem com uma péssima qualidade do ar nos últimos dias.
Neste domingo (8) a situação continua sendo a mesma. Um dos principais pontos da capital mineira e o cartão-postal da cidade, a Serra do Curral, está totalmente encoberta. Em novas imagens obtidas pela Itatiaia, é possível ver que a fumaça chegou a impedir visibilidade de prédios e montanhas que cercam a capita mineira, que está em alerta para onda de calor.
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Em alguns pontos, é possível ver também as áreas de vegetações queimadas. Neste domingo (8), o Corpo de Bombeiros foram acionados para combater um incêndio em mata, em Contagem, na Região Metropolitana de BH. No local, há o risco de residências serem afetadas.
Depois de um sábado (7) sob alerta de “grande perigo” emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) devido à onda de calor, Belo Horizonte deve ter um domingo (8) com temperaturas levemente mais amenas. Mas mesmo assim, a capital mineira se mantém no radar do instituto devido à baixa umidade relativa do ar, que deve variar de 20% a 30% entre 11h e 21h.
Por causa disso, o Inmet renovou alerta de onda de calor para dezenas de cidades de Minas Gerais. O comunicado é válido até as 23h59 da próxima terça-feira (10).
Até quando o céu de BH vai continuar encoberto por fumaça?
A previsão é que o mês de setembro apresente um aumento de 1°C na temperatura média. Pode parecer pouco, mas o impacto é sentido no nosso dia a dia. As fumaças, as fuligens e o cheiro de queimado continuam incomodando os moradores. De acordo com especialistas, apenas o fim do período da estiagem pode aliviar o problema. Contudo, ainda não há data para que isso aconteça na capital mineira.
A meteorologista Anete Fernandes, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), explica que a fumaça é decorrente das queimadas no entorno da capital. “Provavelmente, o vento trará fuligem também. O tempo seco favorece a propagação das queimadas e incêndios, mas não é a causa deles e nem a razão para a fumaça que está nas imagens”, disse à Itatiaia.
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Incêndios
Segundo o Corpo de Bombeiros, até este sábado (7), o número de acionamentos para incêndios florestais em Minas Gerais foi de 324. Regiões como Alto do Mucuri, Triângulo Mineiro e Zona da Mata também há focos de incêndios em vários pontos.
Na última semana, na cidade histórica de Mariana, região Central do estado, os bombeiros trabalharam por seis dias, pra controlar um incêndio na Área de Proteção Ambiental do Seminário Menor de Mariana. Ainda não há uma estimativa de área queimada.
A espera da chuva
Para o geógrafo e professor do curso de engenharia ambiental e sanitária do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-MG) Carlos Wagner Coelho, apenas as chuvas poderão trazer um alívio.
Conforme modelos climáticos do Centro de Previsão e Estudos Climáticos (Cptec) e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) não ha previsão de chuva para os próximos 7 a 10 dias. “As chuvas auxiliariam na limpeza do nosso céu. Enquanto isso, precisamos baixar o número de focos de incêndios, que já ajudaria”, disse o especialista.
Belo Horizonte completa 142 dias sem chuva neste domingo (8). A última vez que choveu na capital mineira foi no dia 19 de abril, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Este é o segundo maior período de seca da história da capital mineira, ficando atrás apenas da estiagem de 1961, quando a cidade ficou 198 dias sem precipitação. No entanto, o alívio ainda não tem data para acontecer.