Belo Horizonte está tomada por fumaça. Pelas ruas da cidade, não se fala em outro assunto a não ser a dificuldade de respirar em meio ao tempo seco e enfumaçado. Segundo o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, a qualidade do ar é considerada ideal quando o índice está entre 0 e 40, quando não oferece riscos à saúde. Em uma das estações de mensuração da cidade (PUC Barreiro), na manhã desta quarta-feira (3), o valor indicado era de 136.
A especialista Anete Fernandes, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), explicou a Itatiaia, nessa terça (3), qual a causa da fumaça que toma conta da cidade.
“Na realidade, é fumaça decorrente das queimadas no entorno da capital. Provavelmente o vento trará fuligem também. O tempo seco favorece a propagação das queimadas e incêndios, mas não é a causa deles e nem a razão para a fumaça que está nas imagens”.
Pensando nisso, como devo me proteger? A reportagem da Itatiaia conversou com Guilherme Rache Gaspar, pneumologista pediátrico, professor de departamento de pediatria da faculdade de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Como ar poluído afeta nossa saúde?
De acordo com Rache, o ar de má qualidade pode provocar reatividade brônquica, nasal e vascular. Isso seria como se nossas “tubulações” para ar e sangue reagissem se protegendo de um irritante externo, se fechando. “Isso causa tosse, cansaço, sintomas nasais e cardíacos”, explica. Segundo ele, outra consequência é a deposição de partículas de carbono e outros poluentes nos pulmões e vasos sanguíneos. Isso gera e piora doenças crônicas respiratórias e cardíacas.
O pneumologista lembra que ar de má qualidade é um fator de aumento de mortalidade de causas cardíacas e respiratórias em centros urbanos.
Quais são as consequências disso?
A má qualidade do ar gera consequências para quem tem asma brônquica, rinite alérgica, doença pulmonar obstrutiva crônica, entre outras, diz o médico. “A exacerbação dessas doenças predispõe internações, falta ao trabalho do paciente ou cuidador e promove sequelas”, acrescentou.
Enfim, a máscara protege?
Para o professor, usar máscaras é uma boa alternativa, especialmente no caso de quem tem doenças crônicas. Ele ainda destaca a forma correta de utilizá-las: ''Não se deve umidificar as máscaras, pois perdem a efetividade de filtro.’'
Quais outros cuidados posso tomar?
- Hidrate-se;
- Evite a exposição direta ao sol, em especial, entre 10h às 16h
- Use chapéu e óculos escuro e aplique protetor solar
- Diminua os esforços físicos e mantenha os ambientes arejados
- Faça refeições leves e evite bebidas alcoólicas
Evite a permanência de crianças, pessoas doentes ou idosos em veículos expostos ao sol.
Fonte: Defesa Civil de BH
