A Justiça Federal condenou 15 pessoas envolvidas em um esquema de imigração ilegal que promovia viagens semanais de mineiros que tinham o objetivo de atravessar a fronteira do México com os Estados Unidos de forma clandestina. O valor pago para cada um dos interessados podia passar dos 20 mil dólares (mais de R$ 120 mil na cotação atual).
A denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) cita três organizações criminosas formadas por diferentes famílias, que estariam praticando o mesmo crime desde 2018. Entre os condenados, estão Heli Moura de Paula, ex-vice-prefeito de Tarumirim, na Região do Vale do Rio Doce, e o irmão dele, Vanildo Moura de Paula.
Além das passagens pelo deserto mexicano e a travessia pela água, os criminosos também utilizaram o sistema ‘cai-cai’, em que brasileiros adultos junto com um ou mais menores de idade se entregam às autoridades estadunidenses pedindo asilo no país.
Os ‘clientes’ vendiam bens pessoais, faziam empréstimos e até sacavam benefícios com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o seguro-desemprego para pagar o custo da travessia. Segundo a denúncia, um dos ‘clientes’ morreu durante a travessia da fronteira do México com os Estados Unidos. Outros foram deportados de volta para o Brasil, enquanto alguns até chegaram a ser sequestrados por criminosos e tiveram que pagar altos valores para serem soltos.
Os réus foram condenados pelos crimes de migração ilegal, envio ilegal de menor para o exterior e de organização criminosa. As penas variam de 10 a 20 anos de prisão, de acordo com o nível de hierarquia dos acusados. O Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6) ainda vai julgar um recurso do Ministério Público que pede o aumento das penas de alguns dos condenados.
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