O ato infracional equiparado ao estupro de vulnerável cometido por crianças e adolescentes que cresceu 222% em um ano. Foram nove casos em 2022 e 29 no ano passado. Isso é o que indica “Relatório Estatístico”, divulgado pela Vara Infracional da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, nessa quarta-feira (26), sobre atendimentos e medidas socioeducativas aplicadas a menores.
Em 2023, cerca de 3,2 mil adolescentes foram apreendidos e encaminhados ao Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional de Belo Horizonte (CIA-BH). Mais da metade deles eram reincidentes.
Apesar do crescimento de denúncias dos casos violência sexual, os crimes infracionais semelhantes aos de homicídio, roubo, furto, posse de drogas para uso pessoal e tráfico de drogas são os mais frequentes e representam 55% do total de casos.
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O relatório revela que os principais atos infracionais são o tráfico de drogas (35,5%), o furto (9%) e a lesão corporal (7,5%). Em comparação com 2022, na Capital, o total desses atos apresentou elevação de 10%, passando de 2.520 para 2.787 casos. Por outro lado, o estado registrou redução em relação ao ano anterior: o homicídio (50% de queda), de 12 para 6; a tentativa de homicídio (36%); e o latrocínio (100%).
Violência nas escola
Conforme o levantamento, os registros mais comuns foram ameaça (28,7%), vias de fato (19%) e lesão corporal (18%). Chama atenção fato de que 94% dos jovens cometeram esses atos no ambiente escolar, pela primeira vez, e contra os próprios colegas (60%). Professores (11%), diretores (6,5%) e funcionários (6%) das escolas foram os demais alvos dos jovens infratores.
Os dados também destacam que os autores de atos infracionais praticados em ambiente escolar são, na maioria dos casos, do sexo masculino e com idade entre 14 e 16 anos.