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Fisioterapeuta é investigado por exercício ilegal da medicina em clínica em BH

Homem era dono de uma clínica voltada para tratamentos de saúde esportiva e de estética, mas não tinha qualificações para exercê-los

Doctor checking information in computer program before filling medical card

A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou o fisioterapeuta Bruno César Luchesi, de 37 anos, por exercício ilegal da medicina, estelionato, falsidade ideológica, emissão de atestado falso e exposição da vida de terceiros a perigo.

Conforme informações da corporação, o profissional era dono há quatro anos de uma clínica na região do Barreiro, em Belo Horizonte e realizava procedimentos médicos sem ter a capacitação necessária. Em alguns casos, ele chegou a piorar lesões de pacientes.

Segundo a PC, Luchesi utilizava os CRMs, os Cadastros Regionais de Medicina, de médicos para conseguir dar a impressão de que ele era realmente formado em medicina. “Identificamos que ele se passava por médico utilizando diversas inscrições de CRM do estado de Minas Gerais, de São Paulo e de Alagoas. Ele utilizava o CRM de pessoas já falecidas, de médicos inativos e de médicos ativos de Minas”, esclareceu Gislaine Rios, delegada responsável pela conclusão do inquérito.

O caso começou a ser investigado pela corporação quando um paciente que realizou um procedimento mal sucedido com Luchesi denunciou o profissional. Foi então que as autoridades descobriram que ele era fisioterapeuta sem especialização e que estava se passando por médico. Ao todo, 11 vítimas procuraram as autoridades para denunciar o fisioterapeuta.

“Ele utilizava desse CRM para prescrever remédios controlados, misturados com remédios que podem ser receitados por fisioterapeutas. Ele fornecia atestado médico pós-tratamentos, de três a cinco dias”, esclareceu a delegada.

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Além dos pacientes, outros profissionais da área da saúde também foram enganados porque Luchesi fazia parceria com médicos, fisioterapeutas, biomédicos e psicólogos.

A vítimas que procuraram o atendimento na clínica de Luchesi se submeteram a exames de corpo e delito e, algumas delas, apresentaram sequelas em decorrência dos tratamentos. “Ele fazia muitas infiltrações no joelho, em coluna, utilizando gases injetáveis e esses tratamentos pioraram as dores dos pacientes”

Gislaine Rios também pontuou que a clínica de Luchesi tinha um faturamento superior a R$ 40 mil por semana e que o ‘falso médico’ chegava a atender cinco a seis pessoas por dias.


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Ana Luisa Sales é jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, já passou por empresas como ArcelorMittal e Record TV Minas. Atualmente, escreve para as editorias de cidades, saúde e entretenimento