Familiares do pequeno Ravi Lucca Gonçalves, de apenas três meses, denunciam um suposto erro médico cometido por uma profissional do Hospital Municipal Ermelino Matarazzo, na zona Leste de São Paulo. À Itatiaia, a família disse que o bebê entrou para sala de cirurgia para remover um dedo extra em cada uma das mãos, mas foi submetido a um procedimento de frenectomia lingual – operação de corte do freio da língua.
A Itatiaia conseguiu falar com a família da criança nesta sexta-feira (5). Eles contam que o bebê está sentindo enjoos, além de não estar conseguindo mamar e beber água após o procedimento realizada na ultima quarta-feira (3). A avó do pequeno Ravi, Erika Santos Gonçalves, que trabalha como técnica em enfermagem, acredita que a médica pode ter trocado o prontuário do neto dela com o de outra criança.
“Hoje no Hospital do Ermelino Matarazzo, foi realizada uma cirurgia que seria do dedinho. Ele nasceu com um dedinho que desenvolveu um pouquinho e o outro ficou só um sinal e não chegou a desenvolver. Só que minha filha levou ele no hospital, chegou lá com um pedido médico, a mesma médica que fez a cirurgia, é a mesma que fez o pedido. Ela pegou meu neto, levou para o centro cirúrgico e, em 4 minutos mais ou menos, voltou com o meu neto e entregou para a minha filha com uma receita médica. Ela disse: ‘Se sangrar muito, você coloca gazes. Eu fiz a cirurgia dele do freio da língua”.
O caso foi registrado como lesão corporal no 62º Distrito Policial de São Paulo.
O que dizem os órgãos competentes
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde, responsável pelo hospital, informou que a equipe de cirurgia pediátrica identificou a necessidade da frenectomia, além da cirurgia dos dedos. Segundo a pasta, os dois procedimentos foram realizados sem qualquer intercorrência e a criança recebeu alta no mesmo dia com quadro clínico estável. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) diz solicitou um trabalho de perícia no caso.
A pasta diz que a mãe foi orientada sobre o prazo para formalizar a representação criminal. Bruna, conforme orientada pela polícia, levou o filho ao Instituto Médico Legal (IML) ainda na quarta-feira, onde ele foi submetido ao exame de corpo de delito. A família diz que também registrou uma reclamação na Ouvidoria do Sistema Único de Saúde (SUS) e garante ter provas que atestam erro médico.