O risco da
Presidente da comissão técnica de bovinocultura de leite da Federação da Agricultura e Pecuária (Faemg), Jônadan Ma, explica os principais motivos da queda na produção. “Está faltando matéria-prima, o nível de capacitação do leite caiu drasticamente de janeiro para maio deste ano. Então, faltando leite, sem dúvidas vai faltar queijo”, afirma.
Com o alto preço dos concentrados, produtores têm deixado o gado no pasto para não depender da ração, que também está mais cara. “Todos os componentes da ração que compõem 50% do preço do leite estão tendo uma inflação tremenda. É bom para o agricultor mas, para o pecuarista é realmente um peso muito grande”, aponta Ma.
“Comendo no pasto, o gado vai produzir leite com menos sólido, gordura e proteína, necessários para a produção de leite”, explica o especialista.
“São necessários mais litros de leite para fazer um quilo de queijo, o que encarece e inviabiliza a produção”, destaca. “A indústria vai preferir fazer leite UHT, iogurte, ou outros produtos. A oferta vai ser menor e o preço vai aumentar, tornando o acesso do consumidor muito mais complicado”, completa o representante da Faemg.
A produção de queijo também é impactada pela entressafra que influencia a oferta de alimentos e a pastagem. “O pasto fica com menor nível e, com menos capim, o gado come e produz menos”, explica. O frio é outro fator negativo, afetando ainda mais o crescimento das pastagens.
Quem sofre ainda mais são os pequenos produtores, que acabam optando pelo abate do gado para garantir o lucro. “Eles trabalham sem horizonte algum. Está tudo com um custo muito caro e o produtor acaba produzindo menos, ou porque reduz a ração, ou porque reduz seu próprio rebanho”, explica Ma.
(Com informações de Clever Ribeiro)