A queda de um avião da Polícia Federal, no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, nesta quarta-feira (6), pode ter sido causada por uma falha no motor, de acordo com especialista.
A análise preliminar é do professor Kerley Oliveira, Coordenador de Cursos de Aviação na UNA, especialista em Segurança de Aviação pelo ITA (Instituto de Tecnologia e Aeronáutica).
Câmeras de segurança flagraram o momento em que o avião da Polícia Federal caiu na tarde desta quarta-feira (6) no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte.
Na gravação, é possível ver que o avião decola e, ainda no ar, começa a soltar fumaça. O piloto tenta fazer um pouso de emergência, mas perde o controle da aeronave e cai fora da pista do aeroporto.
A liberação de fumaça pela aeronave indica problema no motor, que impossibilitou a continuidade do voo, segundo Kerley Oliveira em entrvista à Itatiaia.
“Aeronave muito boa”
Informações preliminares apuradas pela Itatiaia indicam que a aeronave passava por manutenção em um hangar do terminal.
Ao analisar a matrícula da aeronave no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB),o especialista Kerley Oliveira disse que a aeronave, do modelo Cessna 208B, estava com operação regularizada.
“A documentação estava toda OK. Questões relacionadas a manutenção, não tinha nenhum tipo de problema, a situação de aeronavegabilidade tava normal”, explica o professor da faculdade UNA - BH.
“Era uma aeronave muito boa. A Força Aérea usa muito este modelo, com um motor extremamente confiável”, completa.
Tragédia
Após a queda, no início da tarde de hoje (6), o avião foi rapidamente consumido pelas chamas e, com exceção da calda, ficou totalmente destruído - de acordo com as imagens divulgadas pelo Corpo de Bombeiros, que conteve o fogo.
Analisando o vídeo, o professor Kerley Oliveira sugere que o problema pode ter sido causado por uma falha no motor, que impossibilitou a continuidade do voo.
“Como é uma aeronave monomotor, que só tem um motor, o procedimento padrão é tentar voltar ao aeroporto (para fazer o pouso de emergência), como ela ainda tava muito próximo (da pista)” , disse o especialista.
Segundo ele, o avião foi rapidamente consumido pelo fogo após a queda devido ao excesso de combustível, que é uma substância inflamável.
“Como a aeronave tinha acabado de decolar, provavelmente tinha uma quantidade considerável de combustível e isso levou ao incêndio”, explica Kerley.
Outras hipóteses
O especialista em Segurança Aeronátuica também não descarta a possibilidade da queda ter sido causada por um falha no combustível ou pelo choque com uma passáro na região do Aeroporto da Pampulha.
“Não dá para a gente ver isso nas imagens, mas nada impede de ter ocorrido um choque com alguma ave que danificou o motor e levou a essa falha, infelizmente, catastrófica”, sugere.
Segundo o Corpo de Bombeiros e a PF, duas pessoas morreram carbonizadas e uma terceira foi resgatada com vida.
O sobrevivente foi encaminhada ao Hospital João XXIII, no bairro Santa Efigênia, em Belo Horzionte, pelo helicóptero da PRF.
Os policiais faziam parte do Operações Aerotáticas da Polícia Federal (CAOP), de Brasília (DF).
Fontes ligadas à investigação confirmaram à Itatiaia que Guilherme de Almeira Irber e José de Moares Neto morreram com a queda.
Investigação
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) vai investigar as causas do acidente com objetivo de prevenir falhas semelhantes no futuro.
De acordo com o Diário Oficial da União, o piloto José de Moraes Neto foi aos Estados Unidos, em 2021, para fazer um treinamento de Solo e de Voo em Simulador em uma aeronave do mesmo modelo.
“Com o relatório (do Cenipa), nós teremos mais informações a respeito dos fatores contribuintes que levaram a esse trágico acidente”, concluiu o professor Kerley Oliveira.
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