A região Central de Belo Horizonte registrou nove assassinatos de janeiro deste ano até agora. Desse total, ao menos sete envolvem moradores em situação de rua. A informação foi obtida pela Itatiaia com fontes da segurança pública. Nesses sete homicídios, moradores em situação de rua aparecem na condição de vítimas ou autores, o que representa 77% do total.
Na noite de quarta-feira (22), uma pessoa em situação de rua foi filmada matando outra com uma pedrada enquanto dormia na Santos Dumont. A vítima tinha 45 anos. O agressor, de 51, foi preso horas depois.
Um dos assassinatos na região Central que não tiveram relação com moradores em situação de rua foi registrado durante o Carnaval. Ainda conforme apuração da Itatiaia, os nove suspeitos de serem autores dos crimes foram presos.
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Pesquisa
Censo divulgado neste ano pela Prefeitura de Belo Horizonte em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta que 5.344 pessoas em situação de rua na capital, das quais 58,5% não são de BH: 34,5% vieram de cidades do interior de Minas Gerais, 23,2% de outros estados e 0,8% de outros países.
A maioria é formada por homens (84%) com média de idade de 42,5 anos, enquanto as mulheres representam 16% e têm em média 38,9 anos. São pardos ou pretos 82,6% de quem está nas ruas. Os números fazem parte do Censo Pop Rua 2022, realizado pela PBH e a UFMG).
O levantamento foi realizado entre os dias 19 e 21 de outubro de 2022. Entre as 5.344 pessoas apontadas pelo Censo Pop, 2.507 responderam às perguntas dos pesquisadores. Deste total, 36,7% dos entrevistados relataram que foram para as ruas em razão de problemas familiares, seguido de uso de álcool e drogas (21,9%) e desemprego (18%). Entre aqueles que não responderam ao censo, as principais razões foram sinais de ebriedade ou intoxicação (20,96%) e recusa (19,44%). Além desses dados, sair das ruas é o desejo de 91,4%, mas eles esbarram na falta de moradia (55,3%) e de acesso a um trabalho assalariado (55%).