As mulheres e os idosos são os que mais devem em Belo Horizonte, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (26) pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). Por outro lado, o número de dívidas por CPF desacelera e a inadimplência na capital fica abaixo do país. As dívidas chegam perto de R$ 10 mil.
A desaceleração do número de dívidas por CPF, entre os consumidores de Belo Horizonte, acontece desde o mês de julho. Em setembro deste ano, o indicador do número de dívidas foi de 10,1%. Em comparação ao mesmo período de 2022, houve um recuo de 48,46% no número de dívidas por CPF.
“A melhora do mercado de trabalho, a desaceleração da inflação e, consequentemente os juros, têm possibilitado que os consumidores honrem seus compromissos financeiros. Além disso, o programa Desenrola Brasil tem beneficiado os inadimplentes na renegociação de suas dívidas e retirando-os do cadastro de negativados”, destaca o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
A pesquisa aponta, também, que a inadimplência continua entre as mulheres e os idosos. O levantamento mostra que, por faixa etária, a população de 65 anos a 95 anos apresenta maior concentração da inadimplência, em relação a setembro do ano passado, com uma média de crescimento de 11,85%. As mulheres têm maior número de contratos em atraso. Entretanto, o valor devido pelos homens (R$ 5.240,71) é maior que o das mulheres (R$ 4.795,96).”
“A maior taxa de desemprego e a diferença salarial continuam sendo os principais motivadores da inadimplência entre as mulheres. Já entre as faixas etárias, a responsabilidade dos idosos com as principais contas da casa e os gastos com saúde fazem com que eles sejam os maiores inadimplentes”, explica Marcelo de Souza e Silva.
Redução dos inadimplentes
A redução do número de devedores por CPF, aliada ao crescimento da renda, queda da inflação e da taxa Selic, fizeram com que no 9° mês do ano, a inadimplência em Belo Horizonte (2,28%) ficasse abaixo do país (5,78%) e da região Sudeste (5,74%).
Dívidas chegam a R$ 10 mil
O valor médio devido pelos belo-horizontinos é de R$ 4.903,36, de acordo com a pesquisa da CDL. Como cada CPF possui, em média, dois contratos com pagamento atrasado, o montante devido pode chegar a R$ 9.806,72.
“Os juros encarecem o valor da dívida ao longo dos meses. De agosto para setembro, por exemplo, houve um aumento de 2,16%. O valor médio dos contratos em atraso dos belo-horizontinos é 21,3% maior que a média salarial da população (R$ 4.048,00)”, explica a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos.