Um policial civil foi afastado do cargo e teve as armas recolhidas, por determinação da Justiça, suspeito de vazar informações e escoltar um investigado - acusado de ameaçar autoridades públicas. A determinação aconteceu nesta terça-feira (24) durante operação realizada pelo Ministério Público (MP), por meio da 4ª Promotoria de Justiça de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, que cumpriu cinco mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão.
A operação, chamada de Erínias, está na segunda fase. Na primeira, ocorrida em 26 de junho, a força-tarefa descobriu que o policial civil, escalado para os trabalhos, trocou mensagens com um dos investigados poucas horas antes da ação, alertando sobre o cumprimento dos mandados.
“A partir de então, a equipe de investigação apreendeu um aparelho celular que, apesar de estar formatado, foi submetido a procedimento de recuperação de mensagens e comprovou que o policial vazou informações sobre a operação e embaraçou o curso das investigações”, detalha o MP.
O policial civil foi flagrado, de acordo com o MP, escoltando um dos investigados no esquema de ameaça de atentado às autoridades públicas, dentre elas um delegado de polícia e promotores de Justiça.
Primeira fase
A operação tem como objetivo desarticular uma organização criminosa que planejava ataques contra autoridades. À época foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão temporária.
Na sequência, o MPMG encaminhou denúncia formal à autoridade judiciária contendo 20 réus.
Na segunda fase da operação, três outros réus foram denunciados, dentre eles o policial civil, pelo crime previsto no art. 2.º, § 1.º e § 4.º, inc. II, da Lei 12.850/13, que trata de organização criminosa. Ele ainda foi denunciado pelo delito previsto no art. 153, § 1.º- A, do Código Penal (divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei).
O resultado da investigação será remetido à Corregedoria da Polícia Civil.