Mesmo após uma série de recomendações de especialistas sobre os cuidados necessários para observar o
Luis Felipe Carneiro, médico oftalmologista com foco em casos complexos de Retina Clínica e coordenador do Ambulatório Especializado de Oftalmologia Santa Casa BH, disse à reportagem da Itatiaia que todos os pacientes são crianças e jovens de 10 a 20 anos que deram entrada com quadro grave de maculopatia solar.
“O primeiro atendimento ocorreu em menos de 24h, quando o paciente chegou dizendo haver uma mancha preta no centro da visão dos dois olhos. Depois disso, recebemos pacientes todos os dias e estão, cada vez, chegando mais”, disse. Nenhum deles tinham problemas de visão até então. “Ficaram com sequela”, acrescentou.
Observar o Sol, sem proteção, pode causar danos aos olhos humanos. E durante um eclipse solar, o risco aumenta. Durante o evento, a cobertura da Lua torna muito menos doloroso observá-lo por mais tempo. E, por isso, as pessoas se sentem tão tentadas a encarar o fenômeno diretamente.
Manchas na visão
“As consequências de olhar para o Sol ou para o eclipse não têm diferença. O que acontece é que, como o Sol está aí todos os dias, ele não é um atrativo. Quando ocorre o eclipse, temos ondas UVA, UVA, UVB e UVC, que entram nos olhos e queimam a célula da retina”, explicou.
Segundo ele, os primeiros sinais de danos à retina surgem após um ou dois dias, quando a visão pode ficar embaçada. “A pessoa fica com uma baixa de visão e uma manchinha no centro que chamamos de escotoma central”, acrescentou.
Portanto, a recomendação é de que, nessa condição, a pessoa procure um médico o mais rápido possível para avaliação. “Se você identificou essa mancha no centro da visão, tem que vir ao médico para fazermos uma tomografia”, explicou. O especialista explica não haver cura para a retinopatia solar, que pode melhorar ou piorar, mas é uma condição permanente. “A gente consegue diminuir o tamanho da mancha, mas não consegue tratar em definitivo”, finalizou.
A Itatiaia entrou em contato com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) que informou que, até o momento, não houve notificação desse tipo de registro no sistema de saúde municipal. A reportagem aguarda o retorno da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).