Devem ser sepultados nesta quarta-feira (18) os corpos dos três operários e da engenheira da obra no bairro Belvedere, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, que morreram. São eles: Roberto Mauro da Silva, de 55 anos; Zacarias Evangelista Fonseca, de 59; Rafael Pereira Barbosa, de 35, e a engenheira Juliana Angélica Menezes Veloso, de 30.
A família de Juliana divulgou nas redes sociais que a jovem será velada às 13h no Cemitério Bosque da Esperança, no bairro Jaqueline, na região Norte da capital. O sepultamento deve ocorrer às 17h.
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Em conversa com a reportagem da Itatiaia, o companheiro da vítima, que terá a identidade preservada, revelou a paixão da mulher pela profissão. “Ela era uma pessoa incrível, adorava o que fazia e para ela estava sendo uma realização muito grande em trabalhar para o Verdemar. Ela tinha esperança de que com o passar do tempo e com mais experiência pudesse se tornar engenheira [responsável]”, disse.
A despedida dos outros três trabalhadores ocorrerá no Cemitério da Paz, no bairro Alto Caiçaras, na região Noroeste. O horário não foi divulgado.
O sobrevivente, de 23, que não teve o nome divulgado, foi socorrido para o Hospital João XXIII Pronto Socorro (HPS) logo após o acidente. O estado de saúde não foi revelado pela instituição.
Obra estava regular
De acordo com o Corpo de Bombeiros, um talude de três metros se desprendeu e provocou o soterramento das vítimas, na rua Jornalista Djalma Andrade. A obra estava regular e com o alvará ativo, informou a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
Em conversa com a reportagem da Itatiaia, o homem, que terá a identidade preservada, revelou que sua companheira o informou sobre um problema relacionado a um muro do lado oposto da obra, que sustentava uma casa, porém nada foi dito sobre
O que disseram as empresas
A rede de supermercado Verdemar lamentou “profundamente” o episódio:
“Lamentamos profundamente o ocorrido e estamos acompanhando de perto para garantir, juntamente com a Construtora Kaeng, responsável pela obra, toda a assistência às vítimas, aos atendimentos em andamento no local e aos familiares de todos.
A obra contava com profissionais técnicos e com todos os alvarás e licenças, indicando se tratar de uma fatalidade. As autoridades estão no local para apurar as causas”.
Confira a resposta enviada pela construtora responsável pela obra:
“A KAENG CONTRUÇÃO LTDA., vem a público se manifestar sobre a fatalidade acontecida na data de hoje e, informar que lamentamos profundamente o ocorrido e estamos acompanhando próximo, com a finalidade de garantir, toda a assistência às vítimas e aos seus familiares.
Informarmos, também, que a obra contava com profissionais técnicos e com todos os alvarás e licenças em ordem! Isto indica que se trata de uma fatalidade. As autoridades competentes estão no local para a apuração das causas. Desta forma, fica a nossa solidariedade às vítimas e aos seus familiares”.
MG é o 2º estado com mais acidentes de trabalho
Após o soterramento, a Superintendência Regional do Trabalho em Minas Gerais divulgou dados o número de acidentes de trabalho em Minas Gerais. Segundo o órgão, o estado é o segundo com mais registros do tipo em todo o Brasil.
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, Minas teve 63.812 acidentes de trabalho no passado, perdendo apenas para São Paulo, com 204.157 notificações. O top 3 é completado pelo Rio Grande do Sul, com 50.491 acidentes de trabalho em 2022. No total, foram 612 mil ocorrências do tipo em todo o país.
*com informações de Rômulo Ávila, Clarissa Guimarães, Célio Ribeiro e Luiza Otávio Peçanha