Tristeza e revolta são os sentimentos que mais definem os familiares da manicure Gabriela Torres, 20 anos, assassinada com dois tiros dentro do próprio salão na avenida Afonso Vaz de Melo, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, na noite desta sexta-feira (22). A jovem empresária tinha mais de 15 mil seguidores no Instagram e foi enterrada na manhã deste domingo (24) no Cemitério da Paz, bairro Caiçara, região Noroeste da capital. A mãe da jovem, Lucimeire Torres, afirma que a filha foi ‘assassinada cruelmente’.
“Ela foi assassinada cruelmente no Barreiro. A minha filha tinha 20 anos de idade, completados agora dia 13 de setembro, era linda, perfeita, alegre e esforçada. Tá tudo nas redes sociais dela para quem quiser ver. Uma cena brutal, minha filha trabalhando atrás de uma mesa de manicure e recebeu dois tiros a queimar roupa, de um marginal, um delinquente, ela foi vítima de um feminicídio. Com certeza, essa história de assalto foi só uma fachada.”
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Na noite de sexta-feira (22) dois homens anunciaram um assalto, levaram o celulares de Gabriela e de três clientes, e depois do assalto perguntaram quem era a dona do salão. Assim que ela respondeu foi executada com dois tiros na cabeça. A suspeita é de que o assalto tenha sido forjado para tentar despistar a polícia sobre a real motivação do crime. De acordo com uma testemunha, que estava na cena do assassinato e conversou com a Itatiaia, Gabriela teria dito que tinha terminado o namoro no dia devido a muitas brigas.
O boletim de ocorrência da PM também relata que ela estaria sofrendo ameaças por parte de um ex-namorado. A mãe de Gabriela diz que quer justiça.
“Nós queremos justiça, porque as jovens elas têm direito de viver a vida delas e eu estou indignada com tudo isso que tá acontecendo. Meu coração está dilacerado e eu não quero que mãe nenhuma passe pelo que eu tô passando.”
Lucimeire fala também sobre a batalha da filha para conquistar o reconhecimento como manicure.
“Ela perdeu o pai com 13 anos, desde essa época ela começou a fazer unhas a domicílio, pegava ônibus e ia de casa em casa com muito esforço. Ela comprou a primeira mesa, montou aqui dentro da minha casa, atendia fora do horário, de madrugada, sem preguiça. Ela levantava cedo ia de novo. Se ela tinha uma festa para ir ela ia, acordava cedo ia trabalhar. Ela foi crescendo porque ela tinha força de vontade. A Gabriela era um turbilhão de alegria, o sorriso dela é maravilhoso.”