O empresário
O investigado foi beneficiado por um habeas corpus emitido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e obtido pela Itatiaia. No dia 13 de setembro, o ministro Reynaldo Soares da Fonseca indeferiu o pedido de soltura, afirmando que não encontrou ilegalidades na prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Porém, três dias depois, o mesmo ministro voltou atrás, alegando que “visualizou ilegalidade” ao reexaminar o processo. Segundo a decisão, não existem informações seguras que demonstrem a necessidade de uma prisão preventiva. O magistrado afirma que não vê indícios de que o suspeito teria cometido o crime.
Com isso, o suspeito deixou o Presídio de Diamantina na segunda (18) após passar 16 dias preso. O ministro do STJ substituiu a prisão preventiva por três medidas cautelares: presença obrigatória em atos da investigação e ação penal; proibição de se comunicar com envolvidos na investigação; e proibição de sair de Minas Gerais sem autorização judicial.
Em contato com a Itatiaia, o advogado Gustavo Chalfun afirmou que seu cliente nega as acusações. O defensor afirma que precisou entrar com um habeas corpus no Tribunal de Justiça de Minas Gerais para ter acesso ao processo contra o seu cliente. O suspeito teve a soltura negada na Justiça estadual e, por isso, a defesa entrou com um recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Entendemos que deve ser assegurado, indistintamente, alguns princípios constitucionais básicos, como a presunção de inocência”, afirma Gustavo.
Mortes após ‘desacordo comercial’
Anderson Ferreira Mesquita, de 55 anos, e Lindomar Pereira dos Santos, de 46 anos, saíram no dia 1º de agosto de Serro, no Jequitinhonha, para fazer uma entrega em Diamantina. Eles fizeram o último contato com familiares horas após o almoço, no mesmo dia.
Os
De acordo com o delegado Carlos Eduardo, todos os indícios apontam para que o assassinato tenha sido motivado por um desacordo comercial. Autor e vítima eram primos e sócios de uma empresa de aluguel de máquinas para obras e, durante a investigação, foram descobertos contratos falsificados pelo suspeito.
Segundo a investigação, o crime foi cometido de dentro do carro. O autor teria dado um disparo na cabeça de cada uma das vítimas. Com o suspeito, foi encontrado uma pistola. No depósito dele, foram encontradas duas armadilhas montadas com pólvora, para atingir qualquer pessoa que tentasse entrar no local. Essa informação vai estar presente no inquérito.
“Esse crime deixou a população em choque, foi um crime muito fora do normal aqui da região do Jequitinhonha, que é muito tranquila. Pretendemos concluir a investigação o mais rápido possível para encaminhá-la à Justiça”, completa o delegado.
Informações apuradas pela Itatiaia dão conta de que o suspeito apresentou contradições em seu depoimento, o que leva a crer que ele, pelo menos, esteve na cena do crime. Desde o desaparecimento dos dois homens, o suspeito passou a ficar o suspeito se manteve próximo da família e dizendo que era conhecido de vários policiais, por isso teria acesso à informações.
Imagens de câmeras de segurança de um posto de combustíveis e de uma borracharia mostram que o suspeito esteve com as duas vítimas momentos antes delas desaparecerem. Em depoimento, o suspeito disse que foi deixado pelos dois em um trevo, mas dados de rastreamento mostram que, após sair do posto, o carro só parou no local onde as vítimas foram encontradas mortas.
Além disso, os policiais acreditam que o suspeito tenha colocado informações falsas em um cartaz de desaparecimento do sócio. Até o momento, a Polícia Civil não informou ter concluído o inquérito sobre o caso.