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Greve até o fim do ano? Carta falsa irrita professores de colégio particular em BH

Suposto documento dos profissionais do Colégio Santo Agostinho fala em ‘reposição de aulas nas férias'; escola e sindicato afirmam que carta não é verdadeira

Carta falsa fala em ‘greve até o fim do ano’ no Colégio Santo Agostinho

A greve de professores da rede particular de Belo Horizonte deve continuar, pelo menos, até quarta-feira (13). Mas uma carta que circula em grupos de Whatsapp diz que os funcionários do Colégio Santo Agostinho, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte, pretendem se manter em greve até o fim do ano.

O documento, segundo fontes ouvidas pela Itatiaia, é falso. Valéria Morato, presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas), disse à Itatiaia que o documento divulgado não é o correto e que a carta verdadeira fala em paralisação até quinta-feira (14). “Não sei quem soltou, mas em tempos de guerra híbrida e de narrativas…”, concluiu a representante.

A nota falsa, que viralizou em grupos de pais e responsáveis, diz que a categoria deseja “mudanças substanciais nas políticas e ações” do sindicato patronal para restabelecer “o equilíbrio e a justiça em nossa relação laboral”.

“Nesse sentido, é com profundo pesar que informamos que iremos paralisar as atividades escolares até o final do presente ano letivo. [...] Estamos cientes das implicações que esta paralisação pode acarretar, especialmente para os alunos e

suas famílias [...] Caso a situação persista, estamos dispostos a adotar medidas complementares, incluindo a reposição das aulas perdidas durante as férias, com turnos na manhã e contraturno na tarde”, diz um trecho da carta falsa.

O Colégio Santo Agostinho também confirmou que a promessa de “greve até o fim do ano” é falsa e que a direção da Rede Lius Agostinianos recebeu o documento verdadeiro. O Santo Agostinho suspendeu as aulas no 1º e 2º anos do Ensino Médio por falta de professores.

Greve na rede particular em BH

Os professores da rede de ensino particular de Belo Horizonte decidiram por manter a greve por tempo indeterminado. A categoria tomou a decisão na manhã desta segunda-feira (11), no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte. De acordo com informações da presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (SinproMG), Valéria Morato, mais de 40 escolas foram representadas e mais de 1500 professores estiveram presentes.

Segundo o SinproMG, os donos de escolas particulares de tentar reduzir direitos da categoria. Entre as mudanças sugeridas pelos patrões, estão a diminuição do adicional por tempo de serviço, a alteração da isonomia salarial, reajuste sem ganho real, pagamento de abono parcelado e alteração nos períodos de férias e recesso entre dezembro e janeiro.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.