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Greve: colégio Santo Agostinho suspende aulas do ensino médio por falta de professores

Aulas da Educação Infantil e do 1º ao 7º ano do ensino fundamental estão mantidas

Professores da rede particular de Belo Horizonte estão em greve

O colégio Santo Agostinho, em Belo Horizonte, suspendeu as aulas do Ensino Médio por falta de professores. De acordo com pais, estudantes do turno da manhã, da unidade Central, foram liberados para ir embora em razão do número insuficiente de docentes nesta terça-feira (12). A categoria está em greve desde o dia 30 de agosto, mas o colégio matinha as atividades. Aos pais, o colégio disse que foi informado sobre a adesão de professores ao movimento no fim da noite dessa segunda-feira (11).

As aulas da Educação Infantil e do 1º ao 7º ano do ensino fundamental estão mantidas, conforme comunicado divulgado aos pais pela escola.

“Estudantes do 8º e 9º anos foram recebidos pela manhã por parte dos professores e colaboradores administrativos e, no turno da tarde, serão liberados às 15h40, após atividades avaliativas. Acolhemos aos estudantes do ensino médio no turno da manhã dentro do possível, mas não teremos atividades para esse segmento no turno da tarde”, diz comunicado do colégio, que promete ainda fazer as reposições necessárias e pede compreensão dos pais. O texto destaca ainda que a adesão dos professores da instituição é parcial.

Em nota, o Santo Agostinho informou que recebeu, no final da noite dessa segunda-feira (12), a carta em nome dos professores anunciando adesão ao movimento de greve.

“Houve uma adesão parcial dos professores. O Colégio informa também que possui quatro unidades, sendo duas na cidade de Belo Horizonte, uma em Contagem e uma em Nova Lima. Municípios diferentes com adesões diferentes. Hoje (12/09), o Colégio está de portas abertas com todo o corpo administrativo e parte do corpo pedagógico, para receber os estudantes. Cada unidade está atuando com uma logística específica e os pais das unidades impactadas foram devidamente comunicados”, diz.

“Hoje (terça-feira) pela manhã, os estudantes do Ensino Médio do Colégio Santo Agostinho, unidade Belo Horizonte, no bairro Santo Agostinho, foram recebidos, dentro do possível. No turno da tarde não haverá atividades somente para o Ensino Médio, na unidade em questão. O Colégio reitera que está à disposição para o diálogo com todos e para o que for necessário”, encerra.

Direitos

Em greve por tempo indeterminado, professores da rede particular de Belo Horizonte lutam para não perder direitos históricos, como o adicional por tempo de serviço, isonomia salarial e férias coletivas. Os professores também reivindicaram a manutenção das cláusulas previstas na Convenção Coletiva de 2019, anterior às mudanças emergenciais aprovadas em função da pandemia de Covid-19.

A presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG), Valéria Morato, informou à Itatiaia nesta terça-feira (que mais duas professores de mais duas escolas aderiram à greve. Até essa segunda (11), o Sinpro-MG calculava 40 instituições afetadas e 1.500 professores em greve.

Nesta terça-feira (12), eles vão fazer a aula pública ‘O Direito de Greve’, na Praça da Liberdade, a partir das 14h. Vários pais e estudantes prometem participar do ato.

Nesta quarta-feira (13), os professores vão participar de audiência pública na Comissão do Trabalho da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), às 10h. Em seguida, a partir das 14h, está programada manifestação na porta do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), onde vai ocorrer audiência de mediação do dissídio de greve.

A Itatiaia procurou o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino no Estado de Minas Gerais (Sinepe-MG), para saber o impacto do movimento, e aguarda retorno.

Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.