O motoboy de 22 anos agredido enquanto fazia entrega de comida por aplicativo no bairro Caiçara, na região Noroeste de Belo Horizonte, na tarde dessa terça-feira (15), agradeceu o apoio dos colegas e amigos e detalhou como tudo aconteceu.
''Primeiramente, estou passando aqui para agradecer todo mundo, todo mundo que se preocupou, todo mundo que está se movimentando”, começou o relato enviado em um grupo com outros entregadores.
Ele disse que, por volta das 13h, foi até um restaurante especializado em feijoada para buscar um pedido. Em seguida, recebeu outra solicitação. “Chegando lá, vi que a entrega estava agarrada e que não ia dar para pegar o pedido da Petz. Então, desloquei para adiantar o lado dos caras do iFood, para não agarrar com o pedido, entendeu?”, contou.
Ao estacionar no endereço do cliente, o trabalhador disse que o jovem saiu da casa nervoso: “o cara já saiu boladão”.
Foi nesse momento que o entregador teria pedido o código de confirmação. “Falei que eu não podia entregar o pedido sem pegar o código”, disse. Contudo, o cliente insistiu. “Ele já começou a se alterar e eu guardei o pedido no bolsão. Ele veio querendo abrir e eu o repreendi, dando um tapa na mão dele”, lembrou.
Assim, a discussão começou. Mas a situação se agravou quando o cliente chamou pelo pai. “Ele já veio para a via de fato, já veio para cima de mim”, disse. Em um vídeo gravado por testemunhas, é possível ver que um dos envolvidos usa uma muleta para bater na vítima, que sofreu um corte na mão. Outras três mulheres também se envolveram nas agressões.
O cliente acusou o entregador de tentar roubar o lanche. “Onde já se viu isso? Se você vai roubar uma parada, você vai até a casa do cara pedir código?”, indignou.
Dois suspeitos, pai e filho, foram conduzidos pela Polícia Militar e encaminhados à delegacia. Policiais foram para a porta da casa, assim como cerca de 10 entregadores que estavam na região acompanhando os trabalhos dos agentes. Em nota, a Polícia Civil informou que peritos estiveram no local para coletar amostras que serão usadas nas investigações.
Outra versão
Por meio de nota, o advogado Flavio Amaral dos Santos, que representa pai e filho, disse as agressões relatadas tiveram início por parte do entregador.
“Salientamos que não se tratam de pessoas violentas e agirão em conformidade com a defesa de seus direitos e integridade física. Repudiamos veementemente qualquer manifestação violenta e esperamos contar com o apoio das forças de segurança para lidar com os ataques que temos enfrentado desde o incidente”, afirmou.
*com informações de Felipe Quintella e Célio Ribeiro