‘Falsa avó', acusada da morte de menino de 4 anos, passa por audiência de instrução

A Justiça iniciou nesta quinta-feira (3), no Fórum de Igarapé, na Grande BH, as audiências do processo sobre a morte do pequeno Emanuel Alves, de 4 anos. Ele vivia em condições precárias em um sítio e teria sofrido maus tratos pela própria mãe e também por Terezinha, que se apresentava como avó. A idosa também responde por maus tratos dos irmãos da vítima, que foram encontrados em cárcere privado no bairro Lagoinha, na região noroeste de BH.

São citados na denúncia Terezinha Pereira dos Santos, Lalesca Pereira dos Santos - suposta tia adotiva - e Kátia Cristina Alves, mãe biológica. Eles são acusados de tortura por motivo torpe, causando a morte de Emanuel por lesões e desnutrição. Diego Pinheiro dos Santos foi encontrado morto este ano.

O inquérito segue em sigilo. Fontes da Itatiaia afirmam que hoje foram ouvidas oito testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público. Depois de ouvir todas as testemunhas e as acusadas, a Justiça decide se elas vão a júri popular pelo homicídio.

Denúncia

O Ministério Público de Minas Gerais denunciou Terezinha Pereira dos Santos e outras duas pessoas por manterem três crianças e a mãe delas em cárcere privado e os obrigar a fazer trabalhos forçados. Emanuel, de 4 anos, teria morrido por conta das agressões e desnutrição, enquanto os irmãos Miguel (6 anos) e Moisés (9 anos) foram encontrados trancados em uma casa no bairro Lagoinha, em Belo Horizonte, em fevereiro.

Entre o período de novembro de 2021 e fevereiro de 2023, os suspeitos usaram de violência, grave ameaça e restrição de liberdade para obter vantagem econômica indevida. Segundo a denúncia, Terezinha usou dos documentos de Kátia para cadastrar os meninos no Bolsa Família e receber o dinheiro no lugar deles.

Maus-tratos

As crianças, de 6 e 9 anos, foram encontradas trancadas dentro de um apartamento na rua Itapecerica, na Lagoinha, na manhã do dia 21 de fevereiro. Os vizinhos acionaram a Polícia Militar informando que a avó a tia das crianças, que moravam no local, não eram vistas há três dias.

Os meninos estavam sem comer e tomar banho. Os moradores do prédio informaram, à Polícia, que a mãe das crianças aparecia esporadicamente no local.