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Previsão do tempo: entenda o ‘bota casaco, tira casaco’ neste inverno em Belo Horizonte e Minas

Julho deste ano bateu o recorde do mês mais quente já registrado na história, informou o geógrafo Lucas Oliver

Veja como fica a previsão para os próximos dias

O inverno deste ano vem chamado a atenção pelos dias muito quentes e muito frios. Após uma semana marcada pelo calor, Belo Horizonte registrou, nesta quinta-feira (20), a mínima de 14,7 °C e a sensação térmica de 0ºC, entre 06 e 07h, na região Oeste. A máxima não deve passar de 23 °C.

A previsão indica que o dia será de céu parcialmente nublado com temperaturas em queda até o fim de semana. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o aumento na quantidade de nuvens provocará o frio em quase todas as regiões mineiras.

Lucas Oliver, geógrafo e professor, explicou o motivo do “bota casaco, tira casaco”: “o que está causando a baixa da temperatura é a chegada de uma massa pelo Atlântico. Isso porque existe a massa de ar Polar Atlântica (fria) e a massa Tropical Continental (quente). Então, esta semana, tivemos dias quentes devido a Tropical Continental. Agora, a massa Polar chega e ‘empurra’ a massa Tropical Continental para Centro do Brasil”, explicou.

A Defesa Civil ainda alertou para a possibilidade de chuva de até 20 milímetros com raios e rajadas de vento em torno de 45 km/h ainda hoje. “A previsão de chuva tem relação com a frente fria, que produz muitas nuvens. Toda vez que ocorre o encontro de massas, temos uma frente fria”, disse o professor.

O fenômeno é incomum. “Em julho existe a tendência que se formar as nuvens, mas a precipitação não vem pela falta de umidade”, disse. A umidade relativa subiu de 30% para 50%, saindo do estado de alerta do início da semana.

‘Nunca estivemos um planeta tão quente’

O professor disse que julho de 2023 é o mês mais quente já registrado na história pela ciência. “Esse registro é feito por satélites desde 1979 e nunca tivemos um ano tão quente”, disse. A média da temperatura da terra, em geral, nos últimos 50 anos, é de 15ºC.

A temperatura mais alta registrada havia sido em 2016, com a média de 16,9 °C. “Em 3 de julho desse ano, a gente passou de 17 °C”, acrescentou.

O geógrafo aponta que o aquecimento ocorre devido ao intervenções humanas e a atuação do El Niño, no qual a temperatura do oceano pacífico aumenta 4ºC. “Além disso, o Atlântico Norte também está mais quente”, explicou. “Por isso, vamos ter inverno, uma primavera e um verão mais quente do que o normal com chuvas mais intensas”, acrescentou.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.