A placenta é um órgão único que se desenvolve durante a gestação e é responsável por fornecer nutrientes essenciais e oxigênio ao feto em crescimento. Para eternizar esse vínculo entre o bebê e a mãe após o nascimento, o médico pediatra mineiro Henrique Lopes vem realizando uma ação afetiva: o carimbo da placenta em uma folha de papel com tinta guache para a família levar para casa.
Bernardo nasceu no Hospital São Paulo de Muriaé, na Zona da Mata, na última sexta-feira (7) e ganhou esse presente. No papel, o cordão umbilical se tornou o tronco, os vasos sanguíneos os galhos e o tecido placentário a copa. Há 1 ano e 5 meses, o médico iniciou esse trabalho — data do nascimento de sua filha, Giovanna. “É uma maneira especial de celebrar e preservar essa memória tão significativa”, disse.
Rômulo Leandro de Oliveira, 46 anos, preparou essa surpresa para a companheira, Esther Cynara Viana de Oliveira, de 43. “Foi um momento único onde pudemos refletir mais uma vez sobre a grandiosidade de Deus”, disse a mãe.
A fotógrafa Ludmila Gusman capturou tudo com as suas lentes. “Fico encantada como os profissionais têm se empenhado em oferecer às mamães um parto cada vez mais humanizado”, disse.
“Achei a iniciativa fantástica e muito importante para eternizar esse laço de amor entre mãe e filho”, acrescentou a profissional que atua há nove anos na cidade. Essa foi a primeira vez que ela registrou a placenta eternizada na tela.
Os pais já emolduraram a imagem e colocaram em um cantinho muito especial do lar. “Uma recordação para toda a vida”, acrescentou Rômulo.
Como é feito?
Antes de iniciar a arte com a placenta, o médico garante que a criança esteja segura e tenha o primeiro contato com a mãe, preferencialmente, através da amamentação.
“Em seguida, coloco a placenta em uma mesa de apoio e realizo a limpeza cuidadosa, removendo o sangue para que as características da placenta sejam mais visíveis. Após esse processo, aplico tinta na placenta e a coloco em um quadro para criar o carimbo”, disse.
Nessa mesma tela, ele carimba os pezinhos do bebê e complementa com um texto sobre esse dia especial. Henrique explica que o procedimento pode ser realizado tanto após o parto normal quanto após a cesariana.
Assim como aconteceu com Esther, a emoção toma conta das mães que se depararem com a árvore-da-vida com a placenta. “É um momento de profunda conexão e apreciação da jornada do nascimento e da vida que se inicia. Muitas vezes, elas expressam uma mistura de alegria, amor e gratidão ao verem essa representação simbólica do vínculo especial entre elas e seus filhos”, finalizou.