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Após faculdade particular de BH demitir professores e encerrar as atividades, alunos ficam revoltados

A faculdade Uninassau, que fica no bairro Lagoinha, suspendeu as aulas por tempo indeterminado na semana passada

Anuncio de fechamento foi feito na semana passada

Mais uma faculdade privada da Região Metropolitana de Belo Horizonte anunciou, neste mês, o encerramento das atividades. A Uninassau, que fica na Lagoinha, região Noroeste da capital, suspendeu as aulas por tempo indeterminado e demitiu todos os integrantes do corpo docente.

No início de julho, a Faculdade Única de Contagem também anunciou o encerramento dos cursos presenciais da unidade, alegando mudanças no cenário educacional.

No caso mais recente, da Uninassau, a decisão pegou muita gente de surpresa: “essa notícia pegou a gente de surpresa, né? Todos os alunos. Isso porque não estava sendo falado nada com relação à faculdade fechar ou qualquer coisa do tipo”, disse. “Essa decisão atrapalha um pouco, por mais que a faculdade esteja dando suporte de nos transferir para outra unidade”, acrescentou.

Segundo a assessoria de imprensa da faculdade, a decisão faz parte de um “plano de realinhamento estratégico da unidade”. Os estudantes poderão optar por transferir o curso para o Centro Universitário Estácio de Sá.

Queda no número de matrícula

Segundo o mapa do ensino superior, houve uma redução, desde 2015, do número de alunos no ensino superior presencial. No país, as matrículas caíram de 2 milhões e 200 mil, para 1 milhão, 460 mil, atualmente. Se consideradas apenas as instituições particulares, a queda no número de alunos foi de 40%. Já o ensino à distância cresceu, no mesmo período, passando de menos de 700 mil matrículas para 2 milhões e 500 mil.

Em Minas, o mesmo mapa aponta que entre 2020 e 2021, as matrículas em cursos presenciais caíram 9,6% na rede privada. No EAD, o aumento no período foi de 15,9% na rede privada.

Instituições menores sofrem mais

Eugênio Batista Leite, vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Minas (Sinep), aponta que, nessa reconfiguração, as instituições menores tendem a sofrer mais os impactos:

“As escolas menores são mais susceptíveis a essas mudanças do mercado educacional brasileiro. Isso porque há a diminui do número de alunos nos seus cursos presenciais, mas os custos fixos continuam os mesmos como, por exemplo, o pagamento dos professores e do espaço físico. Com isso, as instituições não conseguem efetuar os pagamentos”, explicou.

Ana Luiza Bongiovani é jornalista e também graduada em direito. É repórter da Itatiaia.