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Parte do concreto de passarela do Anel Rodoviário pode cair, atingir carros e levar pedestres

A principal reclamação é a falta de manutenção na estrutura. Quem passa por lá fala de ferragens e tábuas se soltando, além de buracos e ferrugem

Reportagem da Itatiaia foi ao local para mostra os problemas dos pedestres

Uma passarela de pedestres e de problemas. “Essa passarela não tem como” . “Está perigoso demais”. Esses relatos são de moradores que utilizam rotineiramente a passarela provisória do Anel Rodoviário localizada na altura do Bairro São Francisco, próximo ao viaduto sobre a Avenida Antônio Carlos, na região da Pampulha.

Moradora da região, a estudante Rayssa Araújo relata que a irmã e a sobrinha pequena quase se acidentaram no local. “Teve um dia que a minha irmã foi atravessar a passarela e tinha uma pedra solta. A pedra chegou a virar e quase que minha irmã caiu com a minha sobrinha”, contou.

Barras de ferro retorcidas ou se desprendendo da base estrutural, buracos, placas de concreto soltas no piso e ferrugem. Com base nas imagens feitas pela reportagem no local, o vice-presidente técnico do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape), Clemenceau Chiabi, diz que a estrutura oferece risco às pessoas e necessita de uma inspeção.

“A parte de suporte de madeira está estragada. As placas de concretos podem estar apoiadas em regiões com pouco suporte, podem cair em cima de veículos ou pessoas podem cair lá em baixo. Há necessidade de inspeção mais detalhada por parte da autoridades. Há uma necessidade de uma manutenção dessa passarela. Não tenho a menor dúvida disso. Visualmente, a gente percebe que ela não atende critérios de acessibilidade. Um cadeirante teria dificuldade de subir”, disse.

Procurado, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que está providenciando a contratação da manutenção preventiva. Os problemas estruturais nas passagens de pedestres nas passarelas do Anel Rodoviário foram identificados em outros pontos pela reportagem.

Um deles, na altura do Bairro Bernadete, próximo à Estação de Energia da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), na altura do bairro Olhos D'Água. “A condição é péssima. A passarela balança. Quando chove, a gente sofre porque não tem cobertura, não tem iluminação”, disse Rosana dos Santos.

Apesar de o Anel Rodoviário ser uma área de atuação federal, essa passarela na altura do Bernadete é de responsabilidade da prefeitura, que informou que a manutenção está prevista para o segundo semestre. A Polícia Militar Rodoviária (PMRV) entende que precariedade das estruturas pode inibir o uso pelos pedestres. Porém, o tenente da corporação, PM Luiz Fernando, explica que a passarela é, sempre, o lugar mais seguro.

“São situações que ajudam a inibir a utilização da passarela. Por isso, precisamos que as pessoas conscientizem, — apesar de todos os desafios, apesar de todos os problemas — os riscos em se atravessar fora da passarela são muito maiores”, finalizou.

Júlio Vieira é repórter da Itatiaia.