O pai de Rafaela Drumond, escrivã de Polícia Civil encontrada morta na semana passada no interior de Minas, afirma que percebeu mudanças no comportamento da filha desde o início do ano. A principal suspeita é de que a escrivã tenha tirado a própria vida.
Aldair Divino Drummond disse à Itatiaia que a filha era “louca” pela Polícia Civil e sonhava em ser delegada. A cada 15 dias, Rafaela viajava de Carandaí, onde trabalhava, para Antônio Carlos, onde a família morava. O pai conta que, desde janeiro, começou a perceber mudanças no comportamento da filha.
“Eu senti a diferença dela. Ela ficou mais calada, mais séria. Até perguntei a minha esposa o que estava acontecendo com nossa filha. Minha mulher perguntou e a Rafaela disse que o problema era que estava estudando muito para a prova.”
O Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG) denuncia que a escrivã já havia denunciado assédio moral e sexual no trabalho, além de pressão e sobrecarga. Aldair, pai de Rafaela, disse que a filha nunca comentou sobre assédio, mas dava sinais de que estava pressionada.
“Ela não relatava nada para nós, não passava nada. Parece que ela escondia isso com medo de envolver a gente, envolver as pessoas. O medo dela era envolver as pessoas. Pelo que eu percebi, a pressão para ela estava sendo tão grande que ela não sabia como agir.”
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Relembre o caso
A escrivã Rafaela Drumond, de 31 anos, foi encontrada morta pelos pais na última sexta-feira (9), na casa da família em um distrito de Antônio Carlos, no Campo das Vertentes. O caso foi registrado pela Polícia Civil como suicídio.
O Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG) afirma que a escrivã já havia denunciado assédio moral e sexual no trabalho, além de pressão e sobrecarga. O sindicato promete um protesto de 6 horas de silêncio nesta quinta (15).
A Polícia Civil emitiu uma nota lamentando o caso e prestando condolências à família e amigos. Leia a nota completa:
“A PCMG reforça que o Centro de Psicologia do HPC oferece atendimento psicológico clínico, por meio de sessões presenciais e também por teleconsulta, para servidores da ativa, aposentados e dependentes, da capital e do interior do estado”, disse. Confira a nota completa
Segue a nota com informações possíveis de serem divulgadas no momento: A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), mais uma vez, presta condolências aos familiares, amigos e colegas da Escrivã de Polícia Rafaela Drumond. A Superintendência de Investigação e Polícia Judiciária (SIPJ), por meio da Inspetoria-Geral de Escrivães, além de uma equipe da Diretoria de Saúde Ocupacional (DSO), do Hospital da Polícia Civil (HPC), estão no município de Carandaí para acolhimento e atendimento dos servidores. A PCMG instaurou procedimento disciplinar e inquérito policial, com o objetivo de apurar as circunstâncias que permearam os fatos.
A PCMG reforça que o Centro de Psicologia do HPC oferece atendimento psicológico clínico, por meio de sessões presenciais e também por teleconsulta, para servidores da ativa, aposentados e dependentes, da capital e do interior do estado. Ademais, o HPC dispõe do plantão psicológico, que consiste em um dispositivo de escuta especializada, sem necessidade de agendamento, serviço amplamente divulgado aos servidores. Informamos ainda que o CID dos afastamentos por licença-saúde é sigiloso e, por este motivo, não há como estratificar os dados solicitados.
A PCMG conta com a sensibilidade da sociedade como um todo, neste momento de luto da Instituição e dos familiares da Escrivã Rafaela Drumond, face às circunstâncias de seu falecimento.’'