Jovem estuprada por motorista de app em BH segue afastada do trabalho: ‘Abalou muito’

O episódio ocorreu quando a jovem de 18 anos deixou o shopping onde trabalhava, na Região Leste, e seguia para casa, na mesma região

Bruce Matos, de 37 anos, foi preso na madrugada desta terça-feira (2)

A assistente de loja de 18 anos que denunciou ter sido estuprada por um motorista de aplicativo de 37 anos, na Região Leste de Belo Horizonte, está afastada do trabalho e fazendo tratamento psicológico. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) investiga o caso. Além dela, outra mulher, de 24 anos, denunciou um motorista diferente por abuso horas antes do ocorrido.

Se dividindo entre casas de parentes, a jovem tenta se recuperar do abuso. “Ela mudou muito! Ela está mais introspectiva. Ela conversava, brincava, gostava… Está muito na dela, né? Isso abalou muito ela”, relatou um familiar ouvido pela Itatiaia, que não será identificado.

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O suspeito, Bruce Otoni Matos, foi preso nessa terça (2) e teve a prisão ratificada pela PCMG. Ele deve passar por audiência de custódia nas próximas horas, quando será decidido se permanecerá preso. A data não foi divulgado já que o processo segue em segredo de Justiça.

“Graças a Deus a Justiça está sendo feita. E, devido à imagem dele estar rodando, creio que não é a primeira vez. Então, mais pessoas vão fazendo denúncias e levando adiante”, afirmou o familiar.

Segundo o relato da vítima, durante o ato de coação, Bruce Matos teria dito algumas vezes que gostava de fazer sexo oral em passageiras e que já havia feito isso em outras oportunidades. De acordo com a PCMG, o modus operandi do suspeito leva a polícia a acreditar que podem existir outras vítimas. (veja abaixo como denunciar)

O que aconteceu

Conforme o boletim de ocorrência (B.O.), no fim da noite de segunda (1º), a vítima acionou o transporte para ir do trabalho, em um shopping na Região Leste, para casa, na Região Centro-Sul. Ela relatou que a viagem seguia pela Avenida dos Andradas quando o motorista passou a abordar assuntos de cunho pessoal, o que a constrangeu e a deixou com medo.

Segundo o depoimento da vítima, o condutor mudou a rota e, em seguida, exibiu o órgão genital e a estuprou. Após o ato, o motorista voltou a dirigir e ainda perguntou à passageira por que ela estava séria, seguindo o trajeto até a casa dela.

Lá, a jovem acionou a Polícia Militar (PM) por telefone para pedir ajuda. Com os dados do motorista e do veículo, os militares iniciaram buscas e encontraram Bruce em casa, no bairro Tupi, na Região Norte da capital.

Ele atendeu aos policiais e afirmou ter tido relação consensual com a vítima. Durante o procedimento, porém, tentou fugir e foi preso.

A PCMG esclareceu que o suspeito teve a prisão em flagrante ratificada por estupro. “A investigação prossegue na Delegacia Especializada de Combate à Violência Sexual em Belo Horizonte”, informou por meio de nota.

Segundo caso em menos de dois dias

No último domingo (30), outro caso foi registrado: uma mulher de 24 anos compareceu à delegacia para relatar que estava na casa de uma amiga, no bairro Diamante, na Região do Barreiro, quando decidiu ir embora por estar cansada.

Durante o trajeto, com o veículo em movimento, o motorista começou uma série de questionamentos, perguntando se ela havia consumido bebida alcoólica e se gostaria de “fumar um”.

A jovem contou que recusou a oferta, mas, mesmo assim, o homem insistiu e teria a virado de costas dentro do carro e iniciado o estupro.

Em determinado momento, ela conseguiu impedir que ele prosseguisse, e o motorista desistiu da ação, retomando a viagem. O suspeito deixou a passageira na porta de casa, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, e foi embora.

A reportagem entrou em contato com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) sobre o caso e com a Polícia Civil (PCMG), e aguarda retorno.

Como denunciar

Para denunciar casos de violência contra as mulheres, ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, que recebe ligações telefônicas gratuitas de todo o país, de forma confidencial. Pelo número, você pode receber orientações sobre direitos e informações sobre a rede de serviços públicos disponíveis em seu município. Em casos de emergência, ligue 190.

O Ligue 180 também funciona como um canal de denúncia, encaminhando os casos aos órgãos estaduais da Segurança Pública e do Ministério Público.

A denúncia de uma violência sexual também pode ser feita em qualquer delegacia de polícia civil, sendo as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) e as Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) as principais portas de entrada dessas denúncias.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Jornalista formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Na Itatiaia desde 2008, é “cria” da rádio, onde começou como estagiário. É especialista na cobertura de jornalismo policial e também assuntos factuais. Também participou de coberturas especiais em BH, Minas Gerais e outros estados. Além de repórter, é também apresentador do programa Itatiaia Patrulha na ausência do titular e amigo, Renato Rios Neto.
Jornalista formada pela PUC Minas, é repórter multimídia da Itatiaia com foco na editoria de Cidades. Estagiou na emissora por dois anos e atuou na Brazilian Traffic Network como repórter de trânsito em emissoras de BH. Vencedora do Prêmio CDL/BH de Jornalismo Universitário 2024 e do Intercom Sudeste 2025.

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