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Mulheres trans pegam 12 anos de prisão por morte de travesti após aplicação de silicone industrial em BH

Dupla aplicou 6 litros da substância no glúteo da vítima, que teve embolia pulmonar e morreu pouco depois; acusadas vão continuar presa enquanto recorrem

Clínica era clandestina e acusadas não tinham autorização para fazer cirurgias

A Justiça condenou, na noite desta terça-feira (13), duas mulheres trans acusadas de causar a morte de uma travesti após a aplicação de silicone industrial em uma clínica clandestina no bairro Coqueiros, na região Noroeste de Belo Horizonte. O caso foi em março de 2022.

Raíssa Carolina Feijo Ferreira, de 38 anos, foi condenada a 12 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual, por ter alterado a cena do crime. Geusiany Monteiro Costa, de 22 anos, pegou 12 anos de prisão por homicídio qualificado.

A juíza Marcela Oliveira Decat de Moura determinou ainda que elas continuem presas enquanto recorrem da decisão.

Relembre o caso

A mulher trans Rafaela Luiz Monteiro procurou uma clínica clandestina, em março de 2022, para aplicação de silicone industrial. A clínica era administrada por Raíssa, que contava com a ajuda de Geusiany, ambas mulheres trans. As duas colocaram quatro litros de silicone nos glúteos de Rafaela. Um mês depois, ela retornou para colocar mais dois litros do produto, que é contraindicado para esse tipo de procedimento.

A vítima passou mal e devido à embolia provocada pelo silicone e morreu ainda no local, que não tinha estrutura para esse tipo de procedimento. As duas acusadas também não tinham autorização para a execução dos trabalhos. As investigações concluíram que a dupla atendia outras transexuais, cobrando entre R$2 e R$ 3 mil pelo anestésico e pela aplicação do silicone.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.