Enfermeiros e funcionários administrativos dos hospitais da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) anunciaram que vão dar continuidade à greve após assembleia geral marcada para a tarde desta segunda (12).
A reunião estava prevista para ocorrer em frente a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na Região Centro-Sul de BH, porém, de acordo com Sindicato dos Trabalhadores da Rede Fhemig (Sindpros), o Estado não compareceu ao encontro. Um novo encontro de servidores está marcado para a manhã desta terça (13), na porta do João XXIII.
Na última quarta-feira (7), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) atendeu a um pedido da Advocacia-Geral do Estado (AGE) e ainda determinou a aplicação de multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento da decisão que determinou o fim da greve. O movimento afeta unidades como os hospitais João XXIII, Alberto Cavalcanti e Júlia Kubitschek, em Belo Horizonte.
Entretanto, lideranças da greve deflagrada por funcionários da Fhemig afirmam não terem sido notificados da decisão judicial que determinou a suspensão do movimento.
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e aguarda posicionamento oficial.
Entenda a greve
O movimento foi convocado em protesto a resoluções publicadas pelo governo de Minas Gerais no início do ano. A avaliação das lideranças é que os textos “retiram direitos básicos dos trabalhadores, além de sucatear os serviços com o propósito de terceirizá-los”.
Segundo Carlos Augusto Martins, profissionais plantonistas podem ter suas jornadas de trabalho aumentadas sem que haja compensação financeira. Ele relata, ainda, problemas repassados aos pacientes.
“A resolução altera, por exemplo, o sistema de trabalho do laboratório de oncologia do Hospital Alberto Cavalcanti. O serviço, prestado à população durante os sete dias da semana, agora, passará a ser feito apenas nos cinco dias úteis. Os trabalhadores terão de mudar sua jornada para diarista — em vez de plantonista”, criticou.
Em nota enviada à imprensa, a Fhemig informou que mantém diálogo com os servidores e que o governo estadual faz estudos para definir providências relativas às solicitações, levando-se em consideração os limites estabelecidos pela lei.
A fundação encerra a nota afirmando que com relação à jornada de trabalho que os trabalhadores denunciam, segue os mesmos parâmetros das demais fundações e que, portanto, não há nenhum aumento na carga de trabalho.