De Bom Despacho para Paris. Três mil pães de queijo vão fazer parte do menu servido no Festival de Cinema Ecos Indígenas, que ocorre em Paris, na França, nesta segunda-feira (22).
Antônio Cançado de Araújo, de 59 anos, será o chef responsável por preparar o quitute preferido do mineiro. “Não queríamos vender pipoca com Coca-Cola”, disse.
O evento vai ocorrer em um cinema clássico na avenida Champs-Élysées, próximo de um dos pontos turísticos mais visitados da Europa: o Arco do Triunfo. A mostra, que vai durar dois dias, contará com cerca de mil pessoas, incluindo, autoridades francesas e brasileiras.
“A minha expectativa para o festival é a valorização da cultura mineira, a valorização da cultura brasileira e mostrar as raízes da nossa gastronomia”, disse o empresário Antônio, que vive na França há 37 anos e criou marca de pães de queijo.
As origens do pão de queijo
O que muita gente não sabe é onde as histórias da origem indígenas e da grande tradição mineira se cruzaram. “O pão de queijo é feito com mandioca e a mandioca é uma herança dos indígenas do Brasil. Isso porque precisamos fazer o pão para alimentar o povo que ia à procura de ouro para as Minas Gerais. E a farinha que tínhamos era de polvilho de mandioca”, contou.
Os europeus trouxeram os queijos e, por acaso, surgiu o pão de queijo. “E a tradição de se fazer queijo. Então, as cozinheiras da época começaram a colocar aqueles pedaços duros, difíceis de utilizar para fazer o pão”, disse.
Pão de queijo une Brasil, Espanha e França
Ele conta que a receita do quitute que será servido no festival é da família. “Adaptamos a receita para os ingredientes daqui. O nosso polvinho é mineiro, de Bom Despacho, o queijo parmesão é da Itália, o leite é francês e os ovos espanhóis. A receita foi criada pela minha irmã que herdou da minha avó e das minhas tias”, contou.
Ele garante que a iguaria mineira é bem recebida no país. “São cinco anos servindo pão de queijo com a minha empresa e os franceses adoram. O pessoal fica extasiado”, contou.