A Polícia Civil do Amazonas divulgou nesta segunda-feira (1º) prints de mensagens trocadas entre um colega de trabalho e a médica responsável por prescrever uma dosagem incorreta de adrenalina na veia para
Benício foi levado ao hospital com tosse seca e suspeita de laringite. No local, a médica prescreveu lavagem nasal, soro e xarope, além de três doses de adrenalina intravenosa de 3 ml a cada 30 minutos.
“Urgente, prescrevi inalação com adrenalina e acabaram fazendo ev (endovenosa)”, diz a médica em uma das mensagens. Em seguida, ela conta ao colega que Benício ‘está todo amarelo’ e pede que alguém da UTI desça com urgência. ‘Urgente Dr. Pelo amor de Deus’, escreve a doutora.
O outro médico responde que está tentando contato, mas a mulher se desespera: ‘“O que eu prescrevo? Paciente desmaiou, pelo amor de Deus, eu errei a prescrição”. Durante a troca de mensagens, o colega pede que a médica concentre no paciente e se preocupe depois em se comunicar com ele.
Mas a doutora envia novas mensagens, desta vez diz estar desesperada e pergunta qual o código para pedir leito na UTI. O colega responde: “Está em todas as mesas do consultório, não sei de cabeça”.
Médica pede ajuda após receitar adrenalina que matou criança no AM
Benício chegou a ser internado em um leito de UTI, onde o quadro piorou e ele precisou ser entubado. Foi nesse momento que a criança sofreu as primeiras paradas e, minutos depois, não respondeu às manobras de reanimação. Ele morreu às 2h55.
A médica reconheceu o erro, segundo um relatório do hospital enviado à Polícia Civil, ao qual a Rede Amazônica teve acesso. O caso é investigado pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) e pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM).
O delegado do caso, Marcelo Martins, chegou a pedir a prisão preventiva da médica, considerando que a criança foi vítima de homicídio doloso qualificado. No entanto, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) concedeu um habeas corpus preventivo à médica, impedindo que ela seja presa durante a investigação
O Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam) abriu, na quarta-feira (26), um procedimento para apurar a morte da criança. A médica e a técnica de enfermagem envolvidas foram afastadas das atividades.
“Queremos justiça pelo Benício e que nenhuma outra família passe pelo que estamos vivendo”, lamentou o pai.