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Carro de atleticano é riscado por flanelinha após jogo no Mineirão, em BH: ‘cruseiro’

Motorista de aplicativo prometeu pagar R$ 20 ao vigia no fim do jogo, mas suspeito queria receber antes; outros veículos na região também foram riscados

Veículo estava riscado com o nome do time rival e com erro de português

Um torcedor do Atlético, que saiu feliz do Mineirão após a vitória por 2 a 0 contra o Corinthians na noite de quarta-feira (17), acabou tendo uma surpresa ingrata após o jogo. O carro dele, usado para trabalhar como motorista de aplicativo, estava riscado com a palavra “cruseiro”, com S mesmo. O responsável por um vandalismo seria um flanelinha.

Em conversa com a Itatiaia, o motorista de aplicativo Thiago Costa conta que saiu de Pedro Leopoldo, na Grande BH, junto com um casal de amigos que nunca havia visitado um estádio antes. Ele chegou por volta de 18h30 na região da Pampulha e parou o carro em uma das ruas do bairro São Luiz, que fica no entorno do Mineirão.

“Assim que eu desci do carro, já fui abordado pelo flanelinha me pedindo R$ 20. Como eu já estou acostumado com esse ambiente de estádio, falei que se o flanelinha estivesse lá quando o jogo acabasse, ele pagaria o dinheiro.”

O suspeito teria pedido para o atleticano deixar metade do valor e, após ouvir uma nova recusa, disse que o torcedor “corria o risco de encontrar o carro mexido quando voltasse”. Nessa hora, a amiga que estava junto com Thiago tirou uma foto do flanelinha como forma de se proteger.

“Eu dei minha palavra para ele, falei que ele podia confiar que eu pagaria o dinheiro na volta, o que eu acho correto. Meus amigos ficaram irritados até discutiram com ele, mas nós saímos e fomos para o estádio.”

Após ver os dois gols de Paulinho contra o Corinthians, Thiago e o casal de amigos voltaram para o carro e encontraram o veículo riscado justamente com o nome do time rival, e ainda com erro de português. Segundo Thiago, outros veículos na rua também estavam riscados com o nome do time celeste. O motorista lamenta a situação e afirma que está impedido de trabalhar com o carro.

“Ainda não fiz a ocorrência, eu queria mesmo era encontrar ele e questionar o porquê dele ter feito isso. Os riscos não atrapalham em nada no carro, mas eu trabalho como motorista de aplicativo e fico sem graça de atender meus clientes em um carro todo riscado. A avaliação do passageiro é muito importante.”

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte afirmou que a Guarda Municipal não foi acionada pela vítima e reiterou que casos de extorsão precisam ser formalizados por meio de ocorrência. O Executivo também informou que mantém, desde 2018, um projeto de combate à ação de flanelinhas e que a Guarda realiza operações no entorno de estádios nos dias de jogos. Pelo aplicativo BH APP, o cidadão pode indicar o ponto exato onde foi alvo de uma abordagem e até enviar uma foto para ajudar na apuração das denúncias.

A Política Militar reiterou a afirmação da PBH de que as vítimas de extorsão e ameaças devem registrar uma ocorrência. A PM afirma que realiza policiamento ostensivo para combater a ação de flanelinhas e vem alcançando resultados relevantes na redução de índices criminais nas proximidades do Mineirão.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.