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Comerciantes planejam investimentos com economia pela queda do preço do gás de cozinha

Donos de bares e restaurantes da capital mineira esperam que a redução ajude na recuperação do setor

Preço médio do botijão de gás deve cair quase R$ 26, o equivalente a 21% do preço atual

Donos de bares e restaurantes de Belo Horizonte aguardam a queda do preço do botijão de gás anunciada pela Petrobrás nessa terça-feira (16). Além de um alívio no bolso, a redução pode até gerar novos empregos, diminuir o preço dos alimentos e aumentar a variedade dos cardápios. É a avaliação de comerciantes ouvidos pela Itatiaia.

De acordo com o Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), o preço médio do botijão de gás na capital mineira pode cair de R$ 121,70 para R$ 95,66. A queda de quase R$ 26 equivale a 21,4% de redução. Caso o novo preço se confirme, será a primeira vez desde julho de 2021 que o preço médio do botijão ficará abaixo de R$ 100.

Sete botijões por semana

Dona de um restaurante no centro da capital mineira, Cledir de Fátima, de 47 anos, conta que gasta de 6 a 7 botijões por semana. Segundo ela, a expectativa é que a economia chegue a mais de R$ 700 por mês. A empresária já faz planos para o dinheiro extra. “No final do ano passado, a gente teve que parar de servir o almoço porque o gás e a carne estavam muito caras. Agora, a ideia é voltar a servir e contratar mais mão-de-obra para dar conta de tudo. A redução veio no momento certo”, comemora.

Já para Marcelo Andrade, de 43 anos, sócio de um restaurante no bairro Floresta, na Região Leste de BH, a redução não deve impactar o consumidor final de imediato. De acordo com o empresário, o restaurante utiliza gás de cozinha industrial, o chamado P190. Segundo ele, a redução neste tipo de gás não é tão forte quanto no botijão de 13 kg, utilizado em casas e restaurantes menores.

Mas, para Marcelo, como o setor passou por uma grande crise desde a pandemia da Covid-19, toda ajuda é bem-vinda. “A gente não vai conseguir repassar essa diminuição agora para o consumidor porque outros itens, como o ovo, aumentaram. Então, vai ficar elas por elas. Mas, a queda do gás vai acabar adiando um possível repasse deste aumento para o consumidor, o que já ajuda”, disse.

* sob supervisão de Enzo Menezes

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.