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Aumento da tarifa dos ônibus encarece custo de vida em BH, aponta pesquisa da UFMG

A inflação da capital teve um aumento de 0,68% em abril

Reajuste da tarifa de ônibus impacta índices de inflação na capital mineira

Um levantamento do Ipead/UFMG (Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais) mostra que o transporte público é o item que mais encarece o custo de vida dos belo-horizontinos. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (8).

De acordo com o levantamento, caso as passagens não tivessem aumentado 33% em abril - chegando a 6 reais -, o Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR) de BH teria atingido a marca de 0,13%. O valor é calculado em relação às famílias com rendas de 1 a 5 salários mínimos.

Veja mais: O que acontece se a Prefeitura de BH assumir o transporte de ônibus?

Isso acontece porque o ônibus é o item que possui maior peso no cálculo do IPCR. O índice vinha em queda durante o mês de abril, chegando a -0,02% na terceira semana do mês. Porém, a partir do dia 23 de abril, quando o novo valor foi implantado, a inflação disparou, atingindo 0,68%.

O custo para viver na capital mineira também aumentou. Segundo os cálculos do IPEAD, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cresceu 0,27% em abril. O indicador mede a evolução dos gastos das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos.

De acordo com o gerente do IPEAD, Eduardo Antunes, o fato de o IPCA ter aumentado menos que o IPCR é devido ao peso que a passagem de ônibus têm em cada um destes índices. “O aumento da tarifa impactou os dois índices, mas no IPCR essa movimentação é mais forte já que ela possui um peso maior no cálculo”, explica.

Custo de Vida

Apesar do custo de vida continuar subindo na capital, em abril este aumento foi menor se comparado ao mês anterior - em março, o IPCA havia crescido 1,24%. Porém, mesmo com a desaceleração considerável, a tendência é que o custo de vida volte a aumentar em maio, quando o índice absorver todo o impacto do aumento da tarifa de ônibus.

Em Belo Horizonte, o IPCA acumula um crescimento de 4,06% acumulados em 2023, e de 5,87% referentes aos últimos doze meses. Dentre os 11 grupos que compõem o índice de preços, o setor de Vestuário e complementos apresentou o maior aumento (2,43%). A tarifa de ônibus urbano, energia elétrica residencial e pão francês também puxaram o IPCA para cima.

Queda da Gasolina

Entre os itens que ajudaram a controlar a inflação, estão os preços de alimentos in natura, que registraram uma queda de 3,49% e a gasolina comum, que registrou uma queda de 1,89%. Essa é a primeira redução do preço médio do combustível desde dezembro de 2022.

“A queda do combustível não foi capaz de segurar o aumento do IPCA e IPCR. Como houve um encarecimento de itens como a energia elétrica e o pão francês, mesmo se a tarifa de ônibus não tivesse sido reajustada, ainda sim teríamos um aumento nos índices”, aponta Eduardo.

Maiores contribuições positivas para o IPCA
  • Ônibus, urbano - 8,11

  • Tarifa, energia elétrica, residencial - 2,62

  • Pão francês - 3,90

  • Lanche - 2,31

  • Tapete - 6,88

Maiores contribuições negativas para o IPCA
  • Computador, completo - 18,23

  • Gasolina, comum - 1,89

  • Móvel para sala - 4,96

  • Excursões - 1,53

  • Sapato feminino - 10,97

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.