Uma manifestação contra a violência sofrida por um entregador de aplicativo na noite de quarta-feira (27) no bairro Gutierrez, em Belo Horizonte, terminou em confusão. Motociclistas que participavam do protesto miraram foguetes na direção do prédio em que os suspeitos de cometer a agressão moram.
O repórter Renato Rios Neto, da Itatiaia, acompanhou a manifestação, que ocorria de forma pacífica na rua Benjamin Jacob. Em determinado momento, manifestantes mais exaltados acenderam foguetes e os jogaram na direção do edifício de luxo. Militares do 22º Batalhão precisaram usar gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes.
O Tenente Paiva, do 22º Batalhão, lamentou o desfecho da manifestação, que permaneceu sem complicações durante boa parte do tempo. O militar explica que foi necessário usar gás lacrimogêneo para interromper o uso de bombas, que poderiam ter atingido crianças e idosos que moram nos edifícios próximos.
“Direcionaram bombas e foguetes para a sacada do prédio. Pedimos para eles pararem, eles desrespeitaram a ordem e, por isso, tivemos que utilizar instrumentos não-letais para evitar que o pior acontecesse. Bombas como essa podem causar problemas muito grandes para os moradores.”
Relembre o caso
Segundo o relato das vítimas, um dos suspeitos teria simulado estar armado e jogou pedras contra o entregador e a esposa. Uma das testemunhas relata também os gritos racistas proferidos pelos suspeitos.
“Os vizinhos viram o que estava acontecendo e começaram a gritar chamando eles [pai e filho] de ladrão. Eu não vi essa parte, mas os vizinhos falaram para a polícia que eles chamaram a minha esposa de ‘macaca’ e ‘passa fome’. Por isso que os vizinhos ficaram revoltados e começaram a gritar ‘é racismo, tem que ser preso’”, explica o entregador.