A partir de domingo (23) os passageiros dos ônibus de Belo Horizonte vão ter que pagar R$ 6 na tarifa do transporte coletivo. O aumento de 33% foi anunciado na quarta-feira (19) pela prefeitura após uma audiência de conciliação no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O superintendente de Mobilidade do Município de Belo Horizonte (SUMOB) André Dantas defendeu, em entrevista exclusiva à Itatiaia, o reajuste da tarifa e prometeu endurecer fiscalização.
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“Do pão à gasolina, tudo tem aumentado de janeiro de 2018 a fevereiro de 2023. O índice de inflação foi de 33,49%. A prefeitura tem trabalhado para evitar esse aumento, mas nós nos deparamos com uma situação em que se não houvesse o aumento determinado pela Justiça, poderíamos ter o risco da paralisação completa do sistema de transporte por ônibus nessa cidade. O aumento se deve à necessidade de manter o sistema funcionando enquanto o projeto de lei está na Câmara com a dotação orçamentária que nos permitirá reduzir esse valor da tarifa”, disse.
“Todo mundo estava sabendo que uma hora o valor do subsídio teria que ser aprovado ou não. Agora, nós não podemos esperar que todo trâmite aconteça e prejudique a população. Nós preferimos aumentar a tarifa e aguardar a maior celeridade no processo”, afirmou o secretário.
Ao ser questionado quando a prefeitura será mais firme com as empresas de ônibus para que essas entreguem qualidade para o passageiro, ele disse que o momento é de mudar a perspectiva e atuar de forma mais direta. “Ou seja, com esse projeto de lei, se a empresa rodar a viagem, ela vai ser remunerada com adicional. Se ela não realizar, ela vai ser imediatamente punida. É uma lógica que nós nos assemelhamos a países desenvolvidos”, completou.
Câmara
O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (sem partido) e outros vereadores apresentarão nesta quinta-feira (20) projeto de resolução para cancelar a portaria da prefeitura que aumentou a passagem.
Na justificativa para propor a derrubada do aumento na passagem, os vereadores afirmam que o reajuste da tarifa é uma “clara tentativa de constranger o Poder Legislativo” a conceder o subsídio, o que representa uma interferência na autonomia dos parlamentares e nos processos internos da Câmara.