O pesquisador mineiro
Pesquisador e cientista de dados, Gontijo, que mora nos Estados Unidos, falou pela primeira vez para o público brasileiro e respondeu a dúvida que tem atormentado pessoas em todo o mundo: afinal, o Chat GPT vai acabar com alguma profissão? Para o pesquisador, o profissional humano sempre será necessário, mas quem não aprender a trabalhar com a inteligência artificial vai ficar prejudicado.
“Isso me lembra de quando foi lançado um software de análise estatística e muitos ficaram com medo disso acabar com a profissão. O programa foi lançado e acabou criando uma indústria de análise de dados que depende dos profissionais humanos. A inteligência artificial é uma ferramenta, sozinha ela não vai tirar empregos das pessoas. Mas é preciso entender que ela vai mudar a forma como trabalhamos”, disse o cientista, que participou do evento de forma virtual.
Quem também acredita nisso é o diretor comercial e de marketing da Itatiaia, Bruno Bianchini, que foi o mediador da discussão desta quinta. Bianchini concorda que será preciso aprender a trabalhar com a inteligência artificial, mas acredita que o ser humano vai continuar sendo essencial e nunca será superado.
“Como tudo no mundo e como toda evolução, temos que saber aproveitar. O sentimento, o ‘olho no olho’, isso o computador não consegue fazer. O profissional que souber aproveitar vai ganhar muito. Esse desespero é normal, essa preocupação tem que existir, mas o trabalhador tem que ter a consciência de que precisa acelerar para estar à frente disso. Quem cria a inteligência artificial é o humano, então é claro que o humano jamais vai perder o espaço dele.
Surpresa
Presente desde o início no projeto que gerou o ChatGPT, o mineiro Raphael Gontijo conta que a equipe não tinha nenhuma ideia da importância que a plataforma ganharia na sociedade. Segundo ele, as apostas eram de que o sistema ganharia 20 mil acessos na primeira semana, e não 1 milhão de visitantes, como foi na realidade.
Para Gontijo, o segredo do sucesso do ChatGPT é a união entre poder e simplicidade. Ele explica que o sistema permite que o usuário aproveite a inteligência artificial sem ter um conhecimento avançado de tecnologia.
“Antes, você dava a instrução e a inteligência artificial produzia o que fosse o pedido. Se desse errado, você precisa dar outra instrução. Com o ChatGPT, você conversa com o sistema, pode dar instruções em cima do que já foi feito. Sabemos que a ferramenta é útil e que ela tem também limitações, mas o aprendizado da máquina muitas vezes surpreende até a gente que criou o sistema.”